Segunda a consultoria Ernst & Young, nenhum local do mundo é melhor para se investir em energias renováveis que a China. O país vem se destacando na busca da vanguarda dos projetos solares e eólicos e assim conquista pelo segundo ano seguido a liderança do ranking, se consolidando como o porto mais seguro para os recursos internacionais.
Desde 2003 a Ernst & Young divulga o “Renewable Energy country Attractiveness Report”, no qual estabelece um ranking das 30 melhores nações para se investir em fontes limpas baseado em critérios como infraestrutura, projetos em andamento ou sendo planejados e políticas públicas.
Além da liderança chinesa, o relatório destaca a entrada de novos países no mercado global, como Coréia do Sul, Romênia, Egito e México. Os países do BRIC também estão bem representados pela Índia em terceiro e o Brasil em 18º.
Sobe China, cai EUA
De acordo com o relatório, a China gastou uma quantia recorde em energia eólica nesse trimestre, representando quase metade do total global de investimentos no período.
Ainda no segundo trimestre de 2010, dados mostram que a China investiu cerca de US$ 10 bilhões em eólicas de um total mundial de US$ 20,5 bilhões. Esses investimentos garantiram significam que de cada duas turbinas instaladas em 2010, uma foi na China.
“O crescimento chinês é resultado de um planejamento governamental que estabeleceu políticas que tornaram o investimento em tecnologia limpa uma questão de estratégia nacional”, explicou Ben Warren, conselheiro de energia e meio ambiente da Ernst & Young.
Já a queda do potencial norte-americano se deu pela estagnação das novas leis energéticas e climáticas no Senado, a crise financeira e a redução no preço do petróleo.
Dessa forma, os Estados Unidos, que lideraram várias edições do ranking, agora aparecem em segundo lugar por dois anos seguidos, aparentemente consolidando de maneira definitiva a liderança chinesa.
Novos Mercados
Entre os quatro países que estrearam no ranking, a Coréia do Sul aparece na melhor posição em 18º empatada com o Brasil, isso em virtude de suas metas ambiciosas, fortes incentivos e boa capacidade industrial para produção de partes necessárias para os projetos.
Romênia e Egito aparecem empatados em 22º, como resultado do crescimento de seus mercados eólicos. Já o México ocupa a posição 25 por causa de seu grande potencial para projetos solares.
Apesar de estar presente no ranking desde a primeira edição, o Japão merece destaque por ter subido quatro posições e estar agora em 15º. O mercado de células solares no país deve mais que quadruplicar e alcançar o valor de US$ 5,6 bilhões em 2020, devido principalmente à tarifa de feed-in (alimentação da rede) introduzida em 2009.
A Índia ganhou uma posição e está num respeitável terceiro lugar empatada com a Alemanha. A razão para isso é a nova regulamentação do comércio de certificados de energia renovável que foram adotados por sete estados indianos, com outros nove seguindo o mesmo caminho.
Brasil
O relatório não cede muito espaço ao Brasil, que ainda fica muito atrás de outras potências emergentes como a China e a Índia no que diz respeito aos incentivos para as energias renováveis.
Porém, a Ernst & Young reconhece os avanços brasileiros, destacando o sucesso de dois leilões para a compra de eletricidade gerada por 70 fazendas eólicas, 12 usinas de biomassa e sete pequenas centrais hidroelétricas (PCHs). Os leilões negociaram 2,892MW a um preço médio de R$ 133,56/MWh.
O relatório também menciona a parceira entre a Omega Energia com a Warburg Pincus e a Tarpon Investimentos, um negócio de R$ 350 milhões que devem ser direcionados para a geração de energia limpa, principalmente em projetos eólicos e solares.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais, 03/12/2010)