O Banco do Brasil se comprometeu nesta quarta-feira (1º) a não conceder financiamento à produção de soja em áreas desflorestadas dentro da floresta Amazônica. O banco estatal é hoje o principal financiador da produção rural do país - a carteira de crédito de agronegócios do banco atingiu de R$ 74,0 bilhões em setembro, 61,9% do saldo do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).
“É um compromisso do banco de não financiar produtores que tenham feito esse tipo de desflorestamento”, afirmou ao G1 o gerente executivo da diretoria de Agronegócios do BB, Alvaro Schwerz Tosseto.
O veto é resultado da adesão do banco ao Grupo de Trabalho da Moratória da Soja (GTS). A moratória foi lançada em julho de 2006, pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), com o objetivo de não comercializar soja produzida em áreas desmatadas no bioma Amazônia a partir de julho de 2006
“Basicamente, a adesão ao GTS confirma os esforços para otimizar práticas de responsabilidade ambiental”, diz Tosseto. “O grupo faz monitoramento e pesquisas in loco. Havendo essa comprovação [de que houve desmatamento], o banco não vai financiar esse produto nessa propriedade”.
Com a adesão, o banco se compromete, ainda, a exigir a regularidade ambiental das propriedades rurais localizadas na Amazônia na concessão dos financiamentos; e a divulgar e disponiblizar linhas de crédito voltadas à recuperação de Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente.
Segundo o gerente, no entanto, não devem ser criadas novas linhas de crédito. “Na nossa avaliação, as linhas de crédito que existem hoje permitem ao produtor tomar recursos para fazer recuperação de área degradada. Vamos viabilizar a divulgação e a disponibilização para que essas linhas passem a ter maior alcance”.
(G1, 02/12/2010)