O governo do México, anfitrião da COP-16 (16ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU), considerou nesta quarta-feira que a reunião realizada na cidade mexicana de Cancún "não resolverá todos os problemas" sobre a matéria, mas dará "passos substanciais e concretos" para solucionar o aquecimento global.
Foi assim que o responsável do governo mexicano para a Mudança Climática, o embaixador Luis Alfonso de Alba, respondeu às declarações feitas nesta quarta-feira em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que a cúpula de Cancún não vai dar em nada".
Segundo Lula, que anunciou nesta semana que não comparecerá à reunião de Cancún, o mundo não pode ter nenhuma expectativa para a COP-16.
Perguntado sobre o assunto, o alto funcionário do governo mexicano respondeu que não se pode esperar medidas drásticas em Cancún, mas que o encontro faz parte de um longo processo.
"É preciso entender que este é um processo que vai durar vários anos e que em Cancún se deve dar passos substanciais e concretos para garantir que o processo possa se desenvolver", declarou Alba.
O embaixador afirmou que, até o momento, não percebeu "nenhuma atitude que não seja de compromisso" para se avançar nas negociações sobre mudança climática.
O negociador mexicano se mostrou convencido que de Cancún podem sair metas de redução de emissões que ultrapassarão uma média de 18% ou 19%, o que significaria cobrir 80% das emissões globais.
(Folha.com, 01/12/2010)