A África do Sul deve assumir um papel de líder nas negociações sobre o clima em curso no México para preparar o terreno antes do próximo encontro que se realizará em Durban (sudeste) em 2011, considerou hoje (terça-feira) ONG Greenpeace.
Os governos, reunidos até a 10 de Dezembro em Cancun, devem "atingir um consenso sobre a via a seguir para concluir um acordo vinculativo em Durban no próximo ano", considerou a organização de defesa do ambiente num comunicado.
Como futuro país hóspede, "a África do Sul deve desempenhar um papel de líder a partir de hoje. Não deve somente pautar por um acordo nas negociações internacionais, mas também escolher a via das energias verdes no país", segundo a Greenpeace.
A primeira potência económica do continente é muito dependente das centrais à carvão que produzem 90% da sua electricidade. Este país acaba de iniciar as discussões públicas para aumentar o recurso às energias verdes e à energia nuclear, assim como prevê a compra de seis reactores em 20 anos.
"Estamos muito preocupados com as ambições nucleares da África do Sul", declarou um responsável da Greenpeace para a África, Nkopane Maphiri, durante uma conferência de imprensa em Joanesburgo.
Em Cancun, "o lobby nuclear exerce uma forte pressão para apresentar a energia nuclear como uma energia apropriada", mas omite a questão dos resíduos, considerou, preocupando-se igualmente com o custo dos novos reactores.
"Temos igualmente dúvidas em termos de segurança", prosseguiu, recordando um incidente ocorrido recentemente na única central nuclear do país.
Em Setembro, 91 empregados da central de Koeberg (sudoeste) foram ligeiramente irradiados durante uma operação de manutenção, sem que os sistemas de alarme tivessem accionado, segundo o regulador de energia nuclear.
(Portal Angop, 30/11/2010)