O Greenpeace e o Conselho Europeu de Energia Renovável (Erec, na sigla em inglês) afirmam em relatório que o Brasil tem condições de possuir uma matriz energética 93% renovável até 2050. Segundo o documento, atualmente a matriz elétrica nacional é 88% renovável, podendo subir 5 pontos percentuais nos próximos 40 anos caso fontes como energia eólica, biomassa e hidrelétrica sejam priorizadas.
O texto foi apresentado nesta terça-feira (30) durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 16), realizada em Cancún, no México. Para o responsáveis pelo relatório "[R]evolução Energética - A caminho do desenvolvimento limpo", é possível eliminar, em 40 anos, todas as termelétricas movidas a óleo diesel, carvão e material nuclear no Brasil, além de diminuir a participação das que operam com gás natural.
O Greenpeace também afirma que a matriz renovável poderia crescer sem alterar o PIB brasileiro e representando uma economia de R$ 1 trilhão entre 2010 e 2050, na comparação com o cenário de referência, com uso de fontes fósseis e baseado nos planos do governo para o período.
A emissão de dióxido de carbono também cairia na estimativa com fontes renováveis, chegando a 23 milhões de toneladas de CO2 em 2050. Na comparação com o cenário de referência, daqui a 40 anos, o mundo despejará 143 milhões de toneladas. A queda é apontada pelo documento como resultado da substituição das termelétricas por parques com usinas renováveis.
Entre os investimentos previstos e projetos aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o setor, 14 mil megawatts (MW) serão gerados a partir de fontes fósseis nos próximos anos, segundo o relatório.
Para o Greenpeace, o objetivo do uso de fontes renováveis é o de evitar o aumento de 2ºC na temperatura média mundial na comparação com os níveis antes da Revolução Industrial, no século 18.
(G1, 30/11/2010)