1º Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado de São Paulo será lançado oficialmente nesta terça-feira, dia 30, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)
O inventário paulista refere-se a 2005, quando o estado emitiu 145 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera. O dado foi adiantado pelo diretor de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, Fernando Landgraf, em apresentação no 6º Congresso Abipti, promovido pela Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa Tecnológica, nos dias 24 e 25 de novembro, em Brasília.
Segundo os dados iniciais mostrados por Landgraf, em painel que discutiu o papel dos institutos de pesquisa no combate aos efeitos das mudanças climáticas, São Paulo precisará cortar suas emissões em 50% para cumprir a meta estabelecida pela Política Estadual de Mudanças Climáticas.
A política foi ratificada pela Lei Estadual 13.798/2009. A meta é, até 2020, reduzir as emissões em 20% em relação a 2005. Isso significa chegar a 2020 emitindo 116 milhões de toneladas de CO2 equivalente. De acordo com projeções, caso não haja mitigação de impactos, São Paulo chegará a 2020 com 238 milhões de toneladas de emissões, pouco mais do dobro da meta.
Segundo afirmou Landgraf em sua apresentação, o maior desafio tecnológico é mudar padrões na produção de energia e nos transportes. Ambos respondem por 57% das emissões em 2005. O segundo setor que mais emite gases de efeito estufa é a agricultura, com 37% do total. A indústria responde por 10%, o tratamento de resíduos, por 7%, e mudanças no uso da terra e de florestas, por 1%.
O pesquisador do IPT citou possíveis soluções tecnológicas para mitigação. Calcula-se que, se todo o adicional previsto da frota de veículos tiver motores flex, será possível evitar a emissão de 25 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Landgraf também deu como exemplo projetos de pesquisa desenvolvidos pelo instituto, como o de gaseificação de biomassa, visando à produção de energia a partir do bagaço de cana.
(EcoDebate, 30/11/2010)