O enviado especial dos EUA para a mudança climática, Todd Stern, deixou claro que seu país não espera acordo nem decisões finais na COP-16 (conferência da ONU para o clima), que começa nesta segunda-feira em Cancún, no México.
As afirmações mataram as poucas esperanças que ainda existiam de avanços concretos após o fiasco da conferência anterior, que aconteceu há um ano, em Copenhague, na Dinamarca.
A reunião terminou sem acordo vinculante em boa parte devido às discordâncias entre os grandes poluidores EUA e China.
Em reunião em Washington da qual a Folha participou, Stern disse que o máximo previsto para a COP-16 é a obtenção de maior detalhamento dos pontos chave discutidos em Copenhague.
Entre esses estão a intenção de criar um Fundo Verde de financiamento para ajudar emergentes a "descarbonizar" suas economias, mitigação (redução de emissões de poluentes), discussões tecnológicas e mais transparência de ações.
SEM TRATADO
Mesmo baixando expectativas, os EUA fizeram alguma pressão sobre países em desenvolvimento. Stern disse "não ver no momento" inclinação por parte de China, Índia e outros para um acordo legalmente vinculante.
Ainda não há no horizonte uma previsão de acordo multilateral que amplie e substitua após o ano de 2012 o Protocolo de Kyoto --documento ainda vigente, assinado em 1997 por 84 países.
O pessimismo prevalece até mesmo quando se fala da COP-17, que acontece no ano que vem, na África do Sul. E, sem os EUA, que emitem quase 20% do carbono do mundo, não há chance de acordo. "Não estou otimista nem pessimista", disse Stern sobre Cancún.
(Folha.com, 30/11/2010)