Japão dúvida que na Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP16) que começa na próxima semana em Cancún (México) seja alcançado algum acordo para reduzir pela metade até 2050 a emissão de gases do efeito estufa.
O vice-ministro para assuntos ambientais globais japonês, Hideki Minamikawa, disse nesta quinta-feira em entrevista coletiva que "a forma como as negociações evoluíram neste ano indicam que não vamos alcançar esses objetivos".
Ele lamenta que alguns países, principalmente pela oposição da China e dos Estados Unidos, sejam incapazes de alcançar um acordo sobre a emissão de gases e vigiar o aumento da temperatura global.
Na COP16 de Cancún, Japão defenderá a necessidade de reduzir os gases do efeito estufa em escala global, assim como a "participação indispensável" de todos os países em um novo marco legal para mitigar seus efeitos.
China é o primeiro emissor mundial de CO2, com 24%, seguido pelos EUA, com 17%, segundo um recente estudo da organização Global Carbon Project (GCP). O Japão está entre os cinco mais poluentes.
"Queremos objetivos ambiciosos de mitigação e ações dos países desenvolvidos e em desenvolvimento", disse o vice-ministro japonês, após defender a implementação de um sistema de acompanhamento, reporte e verificação (MRV, na sigla em inglês) das emissões de dióxido de carbono.
Em Cancún, o Japão vai apoiar as iniciativas para mitigar e adaptar-se aos efeitos da mudança climática com recursos financeiros, transferência de tecnologia e capacidade de construção, afirmou Minamikawa, após lembrar que o Governo japonês comprometeu US$ 15 bilhões neste fim.
Deverá defender ainda o fortalecimento do mercado de carbono e medidas para evitar a destruição das florestas.
Minamikawa ressaltou que o Japão não apoiaria uma proposta para estender o Protocolo de Kioto, que vence em 2012, por considerar que é preciso cumprir os prazos estipulados.
Segundo este protocolo estipulado na cidade japonesa de Kioto, os países se comprometeram a reduzir em média de 5% as emissões poluentes entre 2008 e 2012 com relação aos níveis de 1990, mas os EUA e a China não assinaram o acordo.
Minamikawa confiou em que "tarde ou cedo" os países se comprometam a reduzir a emissão de gases e prometeu que o Japão "não retrocederá em seus esforços" para alcançar esse objetivo.
(EFE, UOL, 25/11/2010)