Os Estados Unidos criaram no Alasca uma zona protegida para ursos polares que vivem nos mares gelados e cujo derretimento ameaça a sobrevivência da espécie. A iniciativa, anunciada na quarta-feira, pode pesar sobre projetos de prospecção de petróleo e de gás no Ártico.
A agência americana de Pesca e Vida Silvestre definiu uma zona de 484 mil quilômetros quadrados (pouco menor que a superfície da França) na qual qualquer projeto que possa ter impacto sobre o modo de vida dos ursos polares deverá ser objeto de um exame minucioso.
"Esta qualificação de 'zona de habitat protegido' nos permite trabalhar com nossos parceiros para garantir que o que eles fazem não afete as populações de ursos polares", explicou Tom Strickland, responsável pela pesca, parques e faunas do ministério de Assuntos Internos.
"Entretanto, a maior ameaça que pesa sobre os ursos polares é o derretimento de seu habitat (o mar de gelo no Ártico), causado por mudanças climáticas, pelas quais o ser humano é responsável", estimou.
A criação do espaço não significa o fim das perfurações e outras atividades do gênero, mas permite identificar "zonas geográficas cujas características são essenciais para salvaguardar o urso e que requeiram uma gestão e uma proteção particulares", segundo a agência de Pesca e Vida Silvestre.
Os Estados Unidos incluíram o urso polar na lista de espécies ameaçadas. O Ártico abriga 90 bilhões de barris de petróleo e enormes reservas de gás, segundo o Instituto de Geofísica americano (USGS, na sigla em inglês).
(Folha.com, 25/11/2010)