O Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico, desenvolvido pela equipe da Usina Hidrelétrica Jirau, estuda o comportamento dos sedimentos no trecho de influência do empreendimento no rio Madeira. O trabalho realizado no programa foi um dos temas apresentados na última semana durante as oficinas do Pré-Cheia e Prosul, realizadas no Centro Regional de Porto Velho no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). O evento teve como objetivo realizar um prognóstico da estação de cheia para os rios de Rondônia, Acre e Mato Grosso.
De acordo com a coordenadora operacional do Sipam, Ana Cristina Strava, as oficinas ajudaram a trazer parceiros interessados nas cheias da Amazônia. “A discussão serviu para fazermos um planejamento com políticas públicas com a subida das águas”, afirmou.
O monitoramento hidrossedimentológico da Usina é realizado pela CNEC Engenharia, empresa contratada da concessionária de Jirau, Energia Sustentável do Brasil. Na palestra de apresentação do programa, o coordenador de programas ambientais da CNEC, o engenheiro civil Roni Cleber Boni, resumiu os trabalhos desenvolvidos desde maio de 2009. As ações compreendem medições de descargas sólidas e vazões líquidas de seções do rio Madeira, além dos estudos de modelagens numéricas de qualidade da água, sedimentológicas e análises laboratoriais.
Segundo Boni, os dados estão sendo coletados para se obter uma análise aprofundada do rio entre a região de Guajará Mirim e o eixo da Usina Jirau, na ilha do Padre. “A coleta dos dados irá possibilitar conhecer como os sedimentos se comportam antes, durante e após a construção da hidrelétrica”, explicou.
Boni disse ainda que o Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico da Usina Jirau pretende aprofundar o conhecimento sobre o comportamento sedimentológico do rio, ampliando a base de dados disponível; monitorar a evolução do comportamento hidrossedimentológico do reservatório da Hidrelétrica Jirau e do rio Madeira ao longo de todo o estirão envolvido pela implantação do empreendimento, durante a etapa de construção e após o funcionamento da Usina.
Participaram do evento representantes da Defesa Civil municipal, estadual e nacional, Secretarias de Meio Ambiente, Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Agência Nacional de Águas (ANA), Delegacia Fluvial, Universidade Federal de Rondônia (Unir), pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Acre (UFAC), WWF Brasil e representantes de órgãos públicos do Brasil, Bolívia e Peru.
(NAHORAONLINE.com, 25/11/2010)