“Praticamente tudo o que foi mostrado pelo relatório de 2007 agora se encontra numa situação mais dramática”, alerta Robert Orr, sub-secretário geral de planejamento da ONU.
Segundo Orr, esse é o resumo do que podemos esperar para o relatório que deve ser publicado em 2014 se os governos continuarem adiando as decisões necessárias para frear as emissões de gases do efeito estufa e de adaptação.
Falta menos de uma semana para o começo da Conferência do Clima de Cancún (COP 16) e a intenção da ONU é chamar a atenção de que não é aceitável que o encontro termine apenas com fracas promessas. “Nós precisamos nos lembrar que quanto mais demorarmos, mais pagaremos em termos de vidas e de dinheiro”, explicou Orr.
Tecnologia
Mas nem tudo está tão desesperador, garante Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, que se diz otimista para a COP 16 e que aponta para os saltos tecnológicos como uma possível saída para enfrentar o aquecimento global.
Para Pachauri, avanços nos métodos e equipamentos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa podem ter grande impacto nos custos projetados para lidar com as mudanças climáticas.
“É inteiramente possível que os benefícios das novas tecnologias reduzam as quantias que hoje são indispensáveis. Mas não podemos ficar apenas esperando por isso, pois a cada dia as piores consequências do aquecimento global ficam mais próximas de nós”, explicou.
Em uma nota divulgada nesta segunda-feira (22), o IPCC afirmou que se até 2015 as emissões não estiverem em um limite aceitável, os custos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas podem ser da ordem de 0,12% do PIB mundial.
(Por Fabiano Ávila, Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais, 23/11/2010)