Este mês, a convidada da Agenda Ambiental do Grupo Abril foi a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Em encontro na Praça Victor Civita, do qual participaram integrantes do comitê de sustentabilidade do Grupo, além de jornalistas e outros funcionários da editora, Izabella destacou quatro grandes questões apontadas por ela como desafios que o Brasil inevitavelmente enfrentará nos próximos anos: biodiversidade, mudanças climáticas, resíduos sólidos e conservação de florestas.
De volta de Nagoya, onde esteve para participar da Conferência da Convenção sobre Diversidade Biológica - COP10, a ministra se prepara para a Conferência da Convenção sobre Mudanças Climáticas – COP16, com a expectativa de assinar o pacote de propostas para “fazer andar” o Acordo de Copenhague. Esperamos aprovar o protocolo e pacotes de mitigação eadaptação e aprovar, também, a continuidade do Protocolo de Kyoto”, ressaltou, otimista.
Sobre a COP da Biodiversidade, Izabella Teixeira aponta que o próximo passo é regulamentar a utilização dos nossos recursos genéticos. “Encomendamos um TEEB Brasil”, explicou, com o objetivo de adaptar o estudo feito pelo grupo comandado pelo economista indiano Pavan Sukhdev (Leia O preço da Biodiversidade). "Pesquisador não é bio-pirata", defendeu Teixeira. "Temos 310 áreas protegidas, podem ser até 312 até o fim do ano, e temos que ver quais são os parques que têm que ficar intocáveis, que servem de barreira biológica mesmo, os que poderão ser explorados pelo turismo e os que vão poder ser utilizados para bio pesquisa."
Izabella ressaltou a interdependência dos quatro temas: lidar com crise energética é pensar na gestão dos recursos hídricos (que devem conseguir suprir nossa demanda energética só até 2030), nas florestas que os circundam, na possibilidade de criação de biodigestores e em como lidar com a questão dos catadores de reciclados, caso o Brasil invista em queima de lixo para geração de energia. “É preciso descobrir como acolher os catadores, para que possam ter participação expressiva na economia do lixo”, afirmou a ministra. É preciso também assegurar que, quando os biodigestores forem regulamentados, o mercado da reciclagem continue (e aumente) sua produtividade, evitar que haja queima de material que poderia ser reciclado.
A Praça Vitor Civita, construída onde, antes, era um incinerador de lixo da zona oeste de São Paulo, foi elogiada como projeto de reaproveitamento e recuperação de espaços urbanos.
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Este mês, a convidada da Agenda Ambiental do Grupo Abril foi a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Em encontro na Praça Victor Civita, do qual participaram integrantes do comitê de sustentabilidade do Grupo, além de jornalistas e outros funcionários da editora, Izabella destacou quatro grandes questões apontadas por ela como desafios que o Brasilinevitavelmente enfrentará nos próximos anos: biodiversidade, mudanças climáticas, resíduos sólidos e conservação de florestas.
De volta de Nagoya, onde esteve para participar da Conferência da Convenção sobre Diversidade Biológica - COP10, a ministra se prepara para a Conferência da Convenção sobre Mudanças Climáticas – COP16, com a expectativa de assinar o pacote de propostas para “fazer andar” o Acordo de Copenhague. Esperamos aprovar o protocolo e pacotes de mitigação eadaptação e aprovar, também, a continuidade do Protocolo de Kyoto”, ressaltou, otimista.
Sobre a COP da Biodiversidade, Izabella Teixeira aponta que o próximo passo é regulamentar a utilização dos nossos recursos genéticos. “Encomendamos um TEEB Brasil”, explicou, com o objetivo de adaptar o estudo feito pelo grupo comandado pelo economista indiano Pavan Sukhdev (Leia O preço da Biodiversidade). "Pesquisador não é bio-pirata", defendeu Teixeira. "Temos 310 áreas protegidas, podem ser até 312 até o fim do ano, e temos que ver quais são os parques que têm que ficar intocáveis, que servem de barreira biológica mesmo, os que poderão ser explorados pelo turismo e os que vão poder ser utilizados para bio pesquisa."
Izabella ressaltou a interdependência dos quatro temas: lidar com crise energética é pensar na gestão dos recursos hídricos (que devem conseguir suprir nossa demanda energética só até 2030), nas florestas que os circundam, na possibilidade de criação de biodigestores e em como lidar com a questão dos catadores de reciclados, caso o Brasil invista em queima de lixo para geração de energia. “É preciso descobrir como acolher os catadores, para que possam ter participação expressiva na economia do lixo”, afirmou a ministra. É preciso também assegurar que, quando os biodigestores forem regulamentados, o mercado da reciclagem continue (e aumente) sua produtividade, evitar que haja queima de material que poderia ser reciclado.
A Praça Vitor Civita, construída onde, antes, era um incinerador de lixo da zona oeste de São Paulo, foi elogiada como projeto de reaproveitamento e recuperação de espaços urbanos.
(Por Lívia Aguiar, Planeta Sustentável, 22/11/2010)