Após crescimento da área de florestas plantadas, da ordem de 6% - mais que o dobro do índice nacional -, com acréscimo de 36.780 hectares, a Bahia assumiu a quarta posição do setor no país. Mas, considerando apenas as áreas de plantio de eucalipto, o estado é o terceiro, com 659.480 ha, representando 14% do total, atrás apenas de São Paulo (23%) e Minas Gerais (29%).
A Bahia tornou-se um dos mais importantes polos de produção de celulose do Brasil, gerando cerca de 12 mil postos de trabalho e pagamento de mais de R$ 18 milhões anuais em impostos.
A Bahia tem 659 mil hectares plantados com eucalipto, 14% de toda a área no país
A Bahia Florestal será um dos assuntos em discussão no próximo encontro do seminário Agenda Bahia - Olhando 10 Anos à Frente, que acontecerá nesta quinta-feira, no auditório da Federação das Indústrias (Fieb), no bairro do Stiep. O dia será voltado ao debate sobre o agronegócio, abordando as diversas culturas e atividades deste setor no estado, que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) baiano.
Produtividade
“A produtividade das florestas plantadas na Bahia é muito alta devido às excelentes condições edafoclimáticas (relação planta-solo-clima para plantio) da região”, afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Florestas Plantadas do Estado da Bahia (Abaf), Leonardo Genofre. Segundo ele, a maioria das empresas trabalha com um ciclo de 6 a 7 anos para o corte da madeira para produção de celulose.
Em outros países, em especial os de clima frio, o tempo médio de maturação do eucalipto é de 15 a 20 anos. “O Brasil tem uma vantagem competitiva natural e a Bahia compõe um dos estados com as melhores condições de plantio”, citou. De acordo com Genofre, essa produtividade é medida não apenas pelo curto ciclo de maturação.
Também é dependente dos altos investimentos das empresas do setor no desenvolvimento de clones às variações climáticas e ao aumento da taxa de metros cúbicos de celulose produzidos por árvore.
Plantações
Na Bahia, dos 659,4 mil hectares de eucaliptos e pinus, 373,7 mil são florestas plantadas próprias (reflorestamento) e 304,9 mil de mata nativa preservada no estado. “A expansão na área plantada com eucalipto é resultado de um conjunto de fatores que vêm favorecendo o plantio em larga escala deste gênero.
Entre os aspectos mais relevantes estão o rápido crescimento em ciclo de curta rotação, a alta produtividade florestal e a expansão e direcionamento de novos investimentos por parte de empresas de segmentos que utilizam sua madeira como matéria-prima em processos industriais”, afirmou. Segundo o presidente da Abaf, as expansões previstas no segmento de celulose e papel têm sido a alavanca do crescimento nas áreas plantadas.
Há uma pequena queda observada na área de florestas com pinus, explicada, em parte, pela decisão de algumas empresas do setor em substituir gradativamente por eucalipto ou por outras culturas, como observado em empresas localizadas nos estados de Mato Grosso do Sul, Pará e Amapá.
Adicionalmente, parte desta redução é atribuída aos efeitos da crise econômica, uma vez que este grupo de espécies está fortemente associado à indústria madeireira, que sofreu uma redução no nível de produção e exportação, principalmente aquela voltada ao setor da construção civil nos Estados Unidos.
(Correio 24 horas, 24/11/2010)