China e Estados Unidos inauguraram um Centro de Pesquisa de Energias Renováveis (Cerc, na sigla em inglês) com três consórcios destinados ao carvão, à automação e à construção, informou o secretário de Estado de Energia americano, Steven Chu, nesta quarta-feira.
Chu afirmou em entrevista coletiva em Pequim que o centro é um dos maiores projetos de colaboração entre os dois países e faz parte de um investimento conjunto de US$ 150 milhões em cinco anos, estipulado em novembro de 2009 durante um encontro entre os presidentes da China, Hu Jintao, e dos EUA, Barack Obama.
Apontados como os dois países mais poluentes do planeta, China e EUA injetaram cada um 50% do investimento, procedente tanto do setor público como do privado.
Os três primeiros consórcios do Cerc vão pesquisar respectivamente sobre carvão renovável, veículos elétricos e tecnologias eficientes para a construção.
Chu, que ganhou o prêmio Nobel de Física em 1997 e é de ascendência chinesa, confirmou que a cooperação entre os dois países em matéria de energias renováveis se traduzirá em grandes oportunidades para o setor.
"Compartilhar tecnologia é muito natural devido à grande escala de desenvolvimento da China", explicou o pesquisador, que garantiu que os EUA também se beneficiarão do acordo, já que o país está tentando adotar um modelo econômico mais ecológico.
O novo centro reunirá cientistas e engenheiros dos dois países e representa um primeiro passo em um plano mais ambicioso, já que o governo chinês expressou seu desejo de construir obras de infraestrutura verdes que sejam eficientes com baixas em emissões de dióxido de carbono.
A China está fechando algumas de suas usinas termelétricas obsoletas, uma de suas principais fontes de emissões poluentes, e diversificando suas fontes de energia.
"As iniciativas demonstram o compromisso da China com um futuro de energias renováveis. Da mesma forma, os EUA estão igualmente comprometidos a avançar em direção a um futuro de energias sustentáveis", declarou Chu.
(Folha.com, 19/11/2010)