Lideranças indígenas de Mato Grosso prometem iniciar mobilizações para garantir "os interesses dos índios", assim que a presidente eleita Dilma Rousseff assumir o cargo. No Estado, vivem 52 mil índios de 45 etnias.
As reivindicações serão para garantir a demarcações de terras, educação e saúde das populações indígenas. Outro assunto que será debatido será a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O cacique Megaron Txcurramãe disse ao jornal que espera que haja avanços nos direitos indígenas e que a Fundação Nacional do Índio (Funai) seja fortalecida.
Gilberto Vieira, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em Mato Grosso, disse que as perspectivas não são animadoras. Além da "preocupação" com o fato de Dilma ser uma das idealizadoras do PAC, Vieira reclama que há outras obras, previstas nos rios Juruena e Aripuanã, que não consideram as populações indígenas.
Outro problema é a paralisação no processo de demarcação de terras. Ele cita o caso do território dos povos Myky, em Brasnorte (a 562 km de Cuiabá), cujo processo está parado desde 2008. A Terra indígena Kapot Nhinore, às margens do Rio Xingu, no município de Confresa, ainda aguarda estudo para que seja reconhecida.
A coordenadora técnica da Operação Amazônia Nativa (OPAN), Lola Campos Rebollar, mostra preocupação "sobretudo com o zoneamento aprovado pela Assembleia Legislativa" que agora segue para sanção do governador. Com relação às hidrelétricas previstas para a Bacia do Rio Teles Pires, ela disse que as organizações esperam ampliar o "diálogo da sociedade com os grandes empreendimentos".
(Amazonia.org.br, com informações são do jornal O Estado de São Paulo, 16/11/2010)