As ruas de Nápoles, no sul da Itália, estão com cerca de três mil toneladas de resíduos acumulados ao ar livre, informou o assessor da Higiene Urbana da Prefeitura, Paolo Giacomelli.
"Com relação a ontem, conseguimos conter o aumento com a remoção de apenas 100 toneladas levadas para os aterros de Stir di Caivano, Giuliano, Tufinio e Battipaglia", localidades próximas à cidade, explicou Giacomelli.
"Hoje contamos com mais um recolhimento, com a esperança de reduzir de 200 a 300 toneladas a presença do lixo nas ruas, contando com os aterros de Stir di Giuliano e Tufino", afirmou o assessor.
Segundo Giacomelli, os dias de amanhã até sexta-feira "serão decisivos porque existe a possibilidade de recorrer à solidariedade manifestada por outras províncias" em receber os resíduos em seus aterros.
A prefeitura de Nápoles "continua aguardando que [o governo da] região intervenha com uma ordem própria sobre a questão para a remoção [do lixo], que seria levado para outras províncias", afirmou ele.
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, declarou durante uma cerimônia em Roma que, "se conseguir, hoje à tarde vou para Nápoles". A vista, porém, pode não acontecer por problemas de agenda.
"Não é possível que nós tenhamos arrumado tudo e depois a administração municipal deixe as coisas tomarem estes rumos. Existe de novo uma situação terrível", lamentou o premier.
Na noite de ontem, a tensão voltou a tomar conta das ruas de Boscoreale, cidade próxima a Nápoles, quando manifestantes agrediram o administrador municipal, Gennaro Langella, após uma reunião da prefeitura que discutia a questão do aterro sanitário de Terzigno, na localidade vizinha. Gioanni Paduano, de 47 anos, foi preso pela agressão.
Os manifestantes exigiam que o prefeito assinasse uma ordem que impedisse a passagem dos caminhões de lixo que iriam deixar os resíduos em Cava Sari, um aterro atualmente fechado com base em uma outra ordem adotada pelo prefeito de Terzigno, Domenico Auricchio. A assinatura do documento apoiando a medida foi realizada hoje.
No último mês, diversos protestos procuraram impedir a abertura de um novo aterro sanitário em Boscoreale.
Desde outubro, a situação do recolhimento do lixo se agravou em Nápoles e nas cidades vizinhas pela falta de locais apropriados para depositar os resíduos, que continuam se acumulando nas ruas. No fim do mês, o governo de Silvio Berlusconi interveio e prometeu uma solução. (ANSA)
(Ansa, 18/11/2010)