A dependência de 220 mil famílias brasileiras da fumicultura, a maioria gaúcha, levou centenas de produtores rurais ligados à Fetag-RS a protestar ontem em frente ao hotel Conrad, em Punta del Este, no Uruguai, onde acontece a 4ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP-4). Três ônibus com lideranças da Fetag-RS foram até à cidade, onde dirigentes e agricultores organizaram um ato em defesa da produção de tabaco.
O evento é organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem focado a questão do tabagismo como tema de saúde pública. No entanto, segundo a Fetag, não levam em consideração que mais de 30 milhões de pessoas cultivam tabaco no planeta e dependem da atividade como fonte de renda. O assessor de Política Agrícola da Fetag, Airton Hochscheid, que está no Uruguai desde a abertura da conferência, lamenta que a OMS tem ignorado a representação dos produtores. "Eles estão nos excluíndo das atividades, sem sequer permitir a entrada dos agricultores para assistir às reuniões." Hochscheid lembra que a principal preocupação da Fetag diz respeito a possíveis impactos que as decisões da conferência possam ter sobre a produção de mais de 92 mil famílias gaúchas, que têm na atividade a principal fonte de renda.
Em Porto Alegre, o presidente da Fetag, Elton Weber, destacou o apoio da Comissão de Fomento Agrário do Uruguai, que está proporcionando toda a infraestrutura para a manisfestação. "Queremos alertar os congressistas que não queremos perder espaço de trabalho e renda por decisões que possam ser tomadas. Queremos discutir o tema de forma direta com os agricultores, não só em conferências mas em nível de País", observa Weber. Além de Hochscheid, a Fetag participa da conferência com dirigentes sindicais dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Vera Cruz, Arroio do Tigre e Horizontina.
(JC-RS, 18/11/2010)