A Comissão de Turismo e Desporto aprovou, nesta quarta-feira, a neutralização – por meio de ações efetivas de compensação ambiental – das emissões de gases de efeito estufa geradas pelas atividades da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil.
A medida está prevista no Projeto de Lei 7421/10, do Senado. O relator, deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), argumentou pela sua aprovação com dados divulgados em audiência pública realizada pela comissão em julho.
Segundo ele, a sustentabilidade ainda não estaria integrada ao projeto inicial da Copa no Brasil. “Até o momento, não há indicações de que o bem sucedido programa Green Goal, criado pela Alemanha para a Copa de 2006, será aplicado para a Copa de 2014.”
O balanço dos resultados obtidos com o Green Goal constatou a redução de 20% na quantidade de resíduos produzida nos estádios e nos arredores; a diminuição de 20% no uso de energia nos estádios, por causa da utilização de energias renováveis; e o aumento do uso do transporte público. Isso possibilitou a redução de 19% dos gases poluentes.
Muito lixo
O deputado Paulo Henrique Lustosa ressalta que megaeventos como o Mundial de Futebol geram grande quantidade de lixo. Segundo o parlamentar, uma ação que pode ser realizada para minimizar o impacto ambiental é a reciclagem rápida dos resíduos recolhidos depois dos jogos.
“Ter mecanismos para garantir a rápida reciclagem e tratamento desses resíduos, associados ao projeto do evento, é uma forma objetiva de já garantir a compensação ambiental”, avalia o deputado. “Além da possibilidade de uso de fontes alternativas de energia e de reciclagem da água consumida.”
Ele dá como exemplo um projeto de estádio em que a água usada nos bebedouros seja reaproveitada para irrigar o campo onde o jogo vai ser jogado. “Há soluções de engenharia e de reciclagem que devem ser acopladas aos projetos para diminuir o impacto ambiental e aumentar a sustentabilidade do evento.”
Comprometimento do Parlamento
Paulo Henrique Lustosa também afirma que a aprovação do projeto demonstra o comprometimento do Parlamento brasileiro com a sustentabilidade da Copa.
Pelo projeto, o dinheiro arrecadado com a comercialização dos créditos de carbono provenientes dos eventos da Copa serão divididos igualmente entre o Poder Público e o responsável pelo evento. As verbas do Poder Público deverão ser empregadas em campanhas educativas sobre as mudanças climáticas no mundo.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda precisa ser analisado pelas comissões de Meio Ambiente; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça.
(Por Renata Tôrres, Rádio Câmara/Agência Câmara, EcoDebate, 15/11/2010)