Um ano. Esse é o período para reduzir 10% da emissão de carbono dentro da Unisinos e melhorar a qualidade ambiental no câmpus. O objetivo nasceu da Campanha 10:10:10, que motivou diferentes áreas da Universidade a desenvolver ações até 11 de novembro do ano que vem, ou seja, 11:11:11. Na tarde de ontem, exatamente a um ano da data estabelecida, ocorreu um seminário de ações ambientais na Sala Inácio Ellacuría e Companheiros, no qual cada setor apresentou as atividades que já desenvolve.
Um novo encontro acontecerá no dia 9 de dezembro, quando será estabelecido um plano de maneira conjunta, baseado nas experiências de gestão, ensino, pesquisa e ação social apresentadas ontem. “Vimos que muita coisa já está acontecendo. Agora, precisamos fazer um somatório para auxiliar na caminhada até novembro de 2011”, afirmou Luciana Gomes, coordenadora do Sistema de Gestão Ambiental da Universidade.
A primeira a apresentar a lista de atividades foi a professora Larissa Oliveira, representando o curso de Biologia da Unisinos. De acordo com ela, a Universidade realiza um intenso trabalho no que diz respeito à conservação de espécies, principalmente na Mata Atlântida e na costa brasileira. A conciliação entre as comunidades tradicionais costeiras e a biodiversidade é outra ação permanente dos biólogos. Recentemente, os pesquisadores se depararam com uma nova espécie de leão-marinho, chamada de peruano, que é diferente de qualquer outra conhecida até agora.
Outras ações divulgadas durante a tarde de ontem foram as desenvolvidas pelo Programa de Ação Sócioeducatva na Comunidade (Pasec). Com uma equipe multidisciplinar, o grupo atua em educandários, no contraturno escolar. A principal atividade é a chamada Horta-Mãe-da-Terra, através da qual abordam educação ambiental, alimentar e cidadania. Os pátios de algumas escolas que serviam como depósitos de obras, com solo pobre, transformaram-se em áreas ricas para cultivo. Os alimentos produzidos são levados para casa pelos alunos e complementam a merenda escolar.
Os PPGs de Engenharia Mecânica e Engenharia Civil, junto das graduações de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental desenvolvem o programa NucMat. As ações realizadas por ele foram apresentadas pelo professor Carlos Alberto Mendes. Um dos objetivos do grupo é minimizar resíduos industriais no interior de empresas parceiras, promovendo uma produção mais limpa. A reciclagem de cavaco de alumínio contaminado com fluído de corte (óleo) que sai dos laboratórios dos cursos de engenharia é outra medida executada pelo NucMat, que evita que o material seja depositado em aterros sanitários ou fundidos, gerando grande quantidade de CO2.
Outro setor muito ativo dentro da Universidade é o Tecnosociais, que atua como incubadora de empreendimentos sociais. A equipe multidisciplinar auxilia sete empreendimentos durante os diferentes processos, desde a coleta de material, passando pela produção, gestão e comercialização dos materiais. O Tecnosociais tem uma relação estreita com fóruns de recicladores locais e regionais.
O professor Gilberto Faggion falou sobre o papel do Instituto Humanitas Unisinos - HU e a maneira como destaca as questões ambientais. O tema aparece seguidamente nas notícias e entrevistas diárias, nas palestras e eventos promovidos pelo IHU. Faggion adiantou alguns projetos que ocorrerão no próximo ano, como o Ciclo de filmes e debates: Sociedade Sustentável no Cinema e o Ciclo de Estudos EAD: Sociedade Sustentável. A professora e funcionária da área de Teologia Pública do IHU, Ana Formoso, salientou que o Instituto trará a Campanha da Fraternidade 2011, que tem como tema “Fraternidade e vida do planeta”, para dentro da discussão ambiental da universidade, principalmente no período da Páscoa.
O serviço de Humanismo Social Cristão ressaltou que as discussões ambientais devem ser levadas para dentro da sala de aula, adaptando-se ao currículo de cada curso. No Centro 6, por exemplo, há uma disciplina chamada América Latina, Desenvolvimento e Sustentabilidade, que pode receber perfeitamente a discussão, assim como no Centro 2 existe a disciplina de Ambiente e Saúde.
De acordo com a coordenadora do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), Luciana Gomes, o campus precisa ser uma grande sala de aula. A busca pela redução de 10% deve servir para ampliar a qualidade ambiental na universidade. “A comunidade acadêmica precisa participar do SGA”, explicou.
(IHU-Unisinos, 12/11/2010)