O ambientalismo compara-se a uma corrida de bastão com obstáculos. Quando um cansa ou pára, outro continua. Assim, apesar de muitos terem morrido, cansado ou desistindo, a luta continuou e continua, cada vez mais complexa, à medida que cresce a compreensão na sociedade que não basta ser ambientalmente correto sem ser também socialmente justo e viável economicamente.
Se antes, bastava ser cidadão ou cidadã indignados para cobrar por direitos ambientais, agora é preciso também dominar conceitos e conhecimentos complexos sobre meio ambiente, tecnologias limpas, gestão, educação, comunicação, ecoeficiência, legislação ambientais, ecologia política, ecologia humana, economia sustentável, e tudo isso num ambiente de mudanças muito rápidas em que para se manter atualizado e não ser ultrapassado pelos fatos é preciso participar de várias redes sociais, redes de informações, ler muito, dispor-se a estudar EIA/RIMA (Estudos de Impacto Ambientais), participar de audiências publicas, acompanhar e fiscalizar o cumprimento de medidas compensatórias, mitigadoras e reparadoras de empreendimentos que produzem impactos socioambientais, etc.
A formação desse novo ambientalista não ocorrera por um acaso, pensando nisso e como forma de contribuir para a formação e o fortalecimento da cidadania para a sustentabilidade é que, desde janeiro de 1996, os voluntários que fazem a REBIA (Rede Brasileira de Informação Ambiental) vêem contribuindo sem fins lucrativos para oferecer informações de qualidade e atualizadas diariamente através do Portal e da Revista do Meio Ambiente, e assegurado espaço democrático e interativo através de seus fóruns de debates de alcance nacional.
Além disso, a REBIA tem investido na realização de cursos a distância nas áreas de Educação Ambiental, Gestão Ambiental e Comunicação Ambiental, em parceria com a UFF (universidade Federal Fluminense), no apoio e divulgação de literatura sobre estes temas, na realização de cursos-oficinas presenciais destinados principalmente a lideranças comunitárias, jornalistas, professores, gestores públicos e privados além de outros formadores e multiplicadores de Informação, como os realizados pelos voluntários da REBIA durante os Fóruns Sociais Mundiais, em Porto Alegre e em Belém.
Antes, bastava assegurar a democratização da informação ambiental. Agora, precisamos ir além. Precisamos contribuir na capacitação e na formação dos líderes do futuro, capazes de saberem ler as idéias nas entrelinhas, de terem suas próprias idéias e expressá-las adequadamente, pois os rumos da sociedade em direção à sustentabilidade irá resultar de nossas escolhas e de nossa capacidade de negociar conflitos e interesses.
*Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente (http://www.portaldomeioambiente.org.br/). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas – http://www.escritorvilmarberna.com.br/
(Por Vilmar Berna*, Portal do Meio Ambiente, Envolverde, 10/11/2010)