Produtores de fumo e representantes da indústria no Estado estiveram nesta quarta, dia 10, em Brasília. Eles fizeram um apelo ao governo federal para que o setor não seja prejudicado com os acordos internacionais para redução do consumo de tabaco.
Na ocasião, os fumicultores manifestaram apreensão quanto ao futuro dos mais de 50 mil produtores do sul do país, que podem perder renda se o Brasil concordar com a proibição de sabores e aromatizantes no fumo.
– Nós vamos ter que produzir sem essa atividade, que hoje está gerando uma renda razoável e que faz com que a propriedade seja sustentável – diz o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner.
Diante do apelo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário se comprometeu a aperfeiçoar o programa de diversificação de culturas, que oferece alternativas de plantio.
– Nós queremos agora fazer para 2011 um processo de ampliação do volume de recursos, ou seja, e com isso nós poderemos atuar em mais regiões que temos localizadas o conjunto de nossas ações – explica o ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Daniel Maia.
As lideranças do setor ainda vieram para o Ministério das Relações Exteriores. Eles pediram ao governo brasileiro para que defenda na Conferência sobre o Tabaco, que ocorre na próxima semana no Uruguai, a prorrogação do prazo para proibir o uso de aromas no fumo do tipo Burley.
O grupo entregou um documento assinado por 60 mil produtores pedindo que o Brasil reveja a posição quanto aos cigarros aromatizados.
– Para que a gente possa ter uma posição do governo brasileiro, sensível aos aspectos sociais e aspectos econômicos dessa cultura que é extremamente importante para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e também Paraná – conclui o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS).
(Por Viviane Cardoso, Zero Hora, 11/11/2010)