O aumento da população mundial, que culmina com o aumento da geração de lixo, vem fazendo com que as emissões de metano sejam cada vez maiores. Este é um dos principais gases causadores do efeito estufa, que vem provocando uma série de alterações climáticas pelo planeta. No Paraná, assim como no resto do mundo, as emissões também têm crescido com o passar dos anos.
É isto que aponta um inventário de emissão de gases do efeito estufa, lançado ontem, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema). De 1990 a 2005, foram analisadas as emissões de metano geradas por resíduos sólidos, esgotos domésticos e efluentes industriais. No período, as emissões geradas nos três setores aumentaram de 87,55 Gg (gigagramas) de metano para 122,74 Gg, sendo que cada Gg equivale a mil toneladas.
As emissões do setor de efluentes - no qual foram considerados o setor de alimentos e bebidas, especificamente abatedouros de bovinos, suínos e aves - passou de 5,02 Gg para 13,33.
A principal causa do crescimento foi o aumento nas exportações de carne. Já no setor de resíduos sólidos, foram de 39,93 Gg para 73,24 Gg. “Dentre os setores analisados para o inventário, o de resíduos sólidos é o que mais emite metano. Em 2005, eles foram responsáveis por 11% de toda geração de metano verificada no Brasil. No mesmo ano, o Paraná contribuiu com 6% de toda geração realizada pelo setor de resíduos sólidos do País”, comentou uma das responsáveis pela elaboração do inventário, Giovanna Lunkmoss de Christo.
O setor de esgotos domésticos foi o único que apresentou queda de emissões, passando de 43,60 Gg para 36,17 Gg. “A redução aconteceu porque houve implantação de duas estações que fazem a conversão do metano em dióxido de carbono”, explicou Giovanna.
Com os dados, que foram coletados para fazer parte de um inventário nacional organizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a intenção é criar políticas e medidas que visem combater efeitos futuros gerados pelas emissões, auxiliando no controle do lançamento de resíduos.
“O objetivo é diminuir as emissões. Para isso, podemos, por exemplo, incentivar a reciclagem e a transformação do metano em energia, o que faz com que o passivo se torne um ativo ambiental”, disse a coordenadora de mudanças climáticas da Sema, Manyu Chang, que também é secretária executiva do Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais.
(Por Cintia Végas, Paraná Online, 11/11/2010)