No último fim de semana, os moradores da pequena Itamarati, no Estado do Amazonas, participaram de uma ação exemplar: a soltura de 200 mil filhotes de tartarugas-da-amazônia, espécie natural da região que quase foi extinta por conta da peça.
Todo ano, quando a temporada de seca começava na região - localizada a 980 km de Manaus -, a procura por esses animais se intensificava. Sua carne exótica, apreciada pelos moradores, era usada no preparo de pratos típicos. Mas, atualmente, a história é bem diferente.
Nas escolas, alunos de todas as idades aprendem sobre a importância de preservar esse animal, antes que ele desapareça na natureza. Mas não basta devolver as pequeninas tartarugas aos rios. Para que elas possam se reproduzir com segurança, fiscais do Ibama vigiam os locais de desova.
Depois de dois meses chocando, os filhotes saem dos ovos, botados em buracos cavados na areia pelas mamães. Nessa fase, estão bastante vulneráveis à ação de predadores - principalmente o homem. Segundo o fiscal João Menezes, a região de Itamarati é uma das mais perigosas para os répteis.
- Nós estamos tentando diminuir (a caça) o máximo possível.
Pesquisadores apontam que apenas 5% dos filhotes de tartaruga-da-amazônia chegam à fase adulta. Mas os números podem crescer. Desde 2007, mais de 200 mil filhotes por ano conseguem chegar à água.
(R7, 10/11/2010)