A Polícia Federal Rodoviária desarticulou um esquema que mantia 49 pessoas trabalhando em condições análogas à escravidão, no município de Cambuí (MG). Entre os libertos, havia sete adolescentes e 13 mulheres. Segundo o portal Repórter Brasil, as vítimas cuidavam de mais de 400 mil pés de morango, em duas propriedades pertencentes à Jossiel Virgínio Pimentel.
As jornadas de trabalho não eram registradas, mas duravam, em média, até dez horas diárias. A água para consumo não era adequada e os trabalhadores não tinham acesso a banheiros. As necessidades eram feitas em um buraco. O local onde eram feitas as refeições não possuía mesas nem cadeiras.
Os agrotóxicos eram aplicados nas lavouras de morango sem nenhum controle. Os trabalhadores que realizavam essa tarefa não recebiam o treinamento exigido por lei. Além disso, os empregadores não forneciam equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, o que colocava em risco a saúde dos trabalhadores. No galpão onde as frutas eram embaladas, o acesso à câmara fria era feito sem o uso de casacos.
O proprietário deverá pagar R$ 341 mil em verbas rescisórias e, também, por não ter concedido descanso semanal remunerado aos empregados. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, desde 2005, mais de 36 mil trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão.
(Por Jorge Américo, Radioagência NP, MST, 09/11/2010)