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educação e sustentabilidade
2010-11-09 | Tatianaf

No dia cinco de novembro, alunos e professores de 22 escolas de Garopaba e arredores mostraram seus trabalhos sobre meio ambiente realizados no decorrer do ano. A praça e a paróquia de Garopaba receberam estandes com apresentações artísticas, maquetes e oficinas.
 
Tanto pela manhã como à tarde, jovens e adultos comemoraram junto com a comunidade e os visitantes os 10 anos do Projeto Escola Amiga do Ambiente – Mostra Professor José Lutzenberger.  O evento demonstra porque Garopaba é hoje um exemplo de cidade em busca da sustentabilidade.
 
Origens
 O Projeto Escola Amiga do Ambiente – Mostra Prof. José Lutzenberger, carinhosamente chamada de Mostra Lutz, é o resultado de uma bem-sucedida parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Garopaba, o Projeto Ambiental Gaia Village, a Fundação Gaia e várias organizações não-governamentais que resolveram apostar no sonho de Lutzenberger. O ecologista dizia que Gaia compara-se a uma linda sinfonia orgânica onde todos os seres são fundamentais para o equilíbrio.

O projeto começou no ano 2000, com a visita de Robina McCurdy, da Nova Zelândia, que mostrou para um grupo de 70 professores e merendeiras que eles poderiam transformar os pátios das escolas em um ambiente agradável e enriquecido com plantas e hortas. Aos ensinamentos de Robina foram sendo acrescentadas a experiência e a sabedoria de profissionais, técnicos e membros da comunidade. No ano seguinte, as escolas começaram a realizar seus próprios projetos para o então chamado Prêmio Lutz, que em 2007 transformou-se em Mostra Lutz.

Hoje Garopaba continua perseguindo o equilíbrio através de um trabalho diferenciado, que engloba, através da Mostra Lutz, todas as escolas da rede municipal e estadual, e três das quatro escolas particulares da região. São mais de 3.000 alunos e 180 professores envolvidos, sem contar familiares e amigos, que buscam aprender e ensinar ao mesmo tempo, em um processo onde o tema Meio Ambiente abrange várias disciplinas incluindo a prática da cidadania.
 
A 10ª edição da Mostra Lutz contou com a participação de instituições socioambientais locais e regionais. Entre elas, a APA Baleia Franca – ICM Bio; a Polícia Ambiental e o Grupo Protetores Ambientais Mirins; a AMA e o Projeto Pátios Escolares de Paulo Lopes; o SESC Cacupé, que trouxe sua tenda de jogos e brincadeiras; a Escola do Meio Ambiente de São José, o Instituto Baleia Franca, o Projeto Onda e sua proposta de mosaico em postes; o Instituto Ilhas do Brasil e a oficina sobre águas, e o Projeto Brasil Local, que propõe a Feira de Trocas Solidárias.
 
Como parte das comemorações dos 10 anos, está em fase de edição uma publicação que vai reunir os trabalhos realizados pelas escolas envolvidas, com dicas para professores e alunos sobre práticas que deram certo e que podem ser replicadas por outras escolas.
 
Moeda ECCO
 Em 2007, a Mostra Lutz instituiu uma moeda solidária chamada ECCO. Com ela, as escolas podem comprar, em um Empório , especialmente criado para o projeto, equipamentos doados pelo comércio local, livros, mudas de árvores, conhecimento na forma de palestras e oficinas com profissionais da comunidade que compartilharam seus diferentes saberes com crianças, jovens e professores.
 
Atualmente o Programa conta com substancial crescimento das parcerias e contribuições principalmente do setor comercial do município. Mediadora desse processo junto a seus associados, a Associação Comercial e Industrial de Garopaba (ACIG). Esta tem apoiado este Programa de Educação Ambiental motivando empresas a realizarem investimentos fundamentais e necessários à formação de uma sociedade que pensa soluções. A iniciativa tem ampliado, junto à próxima geração, a compreensão e o desenvolvimento das potencialidades de Garopaba.
 
Atitudes que mudam o cotidiano
 Nos últimos anos, os temas ambientais trabalhados refletem uma maior conexão com as condições planetárias, como aquecimento global, efeito estufa, escassez de água, poluição, entre outras questões que oportunizam o debate ambiental crítico.
 
Os pátios das escolas de Garopaba tornaram-se espaços inovadores do processo de ensinar e aprender, assumindo um papel importante na vida de crianças e adolescentes e abrindo novas possibilidades na construção de saberes e valores.
 
Entre os temas mais trabalhados estão: alimentação saudável; hortas e espiral de ervas medicinais; compostagem; águas; reciclagem; consumo consciente; plantios urbanos e revitalização de áreas públicas.
 
Sistematicamente, as escolas fazem visitas guiadas aos tradicionais engenhos de farinha, a orquidários e a sítios de agricultura orgânica familiar. Também participam de palestras oferecidas pela Policia Ambiental e de oficinas de alimentação saudável e sucos naturais.
 
Projetos de escolas participantes
 Hortinha do Vizinho - estimula e mobiliza a comunidade a manter hortas orgânicas no pátio da casa de alunos. Semanalmente as turmas preparam canteiros, fazem sementeiras, plantam, cuidam, usam repelentes naturais e fazem uma farta colheita de hortaliças que vão direto para a merenda escolar e também para a casa dos alunos.
 
Em Busca de uma Escola Sustentável - através da implantação de técnicas amigáveis, como tratamento de efluentes com zona de raízes, captação de água da chuva, casinha para guarda de recicláveis, horta e composteira, a comunidade escolar cria condições para uma escola mais sustentável.
 
Consumo consciente – busca incentivar o consumo responsável e o reaproveitamento de produtos. A escola estimula pais e alunos a fazer pré-ciclagem (evitar comprar produtos com muitas embalagens e preferir o refil) e busca sensibilizar supermercados locais para oportunizar prática da pré-ciclagem nos estabelecimentos. A escola faz também oficinas de confecção de ecobags (sacolas ecológicas) com as crianças e tem um ponto de coleta de pilhas, baterias e óleo de cozinha que deverá resultar na produção de sabão caseiro.
 
Adoção de área verde – a escola está empenhada junto com pais de alunos a revitalizar uma área próxima, que estava abandonada, plantando espécies nativas da Mata Atlântica e implantando brinquedos.
 
Instrumentos musicais a partir de sucata – professores e alunos transformam caixas de leite, tampinhas e palitos em brinquedos pedagógicos. Também constroem instrumentos musicais utilizando materiais recicláveis, ao mesmo tempo em que são estimulados a compreender diversos sons e ritmos.
 
Resgate da Cultura - compreender como viviam os antepassados, como ocupavam o território e dele tiravam os meios de subsistência pode contribuir para aumentar a percepção de que é possível desenvolver-se economicamente e consumir sem exaurir os recursos naturais. O trabalho dos alunos consiste em fazer pesquisas/entrevistas com os mais antigos da comunidade, resgatando saberes populares ligado à alimentação, aos meios de transporte, à saúde e à cultura.
 
Reciclagem - semanalmente, as famílias levam para a escola seus materiais recicláveis que são vendidos à Central de Triagem, resultando em renda para a Associação de Pais e Professores. Aprendem a separar o lixo brincando. Madeirites, pedaços de cano, garrafas pet transformam-se em jogos didáticos pedagógicos que orientam sobre os melhores hábitos de conduta. Brincadeiras clássicas também são recriadas a partir de sucatas: jogo da velha, perna de pau; pimbolim, entre outros, deixam o recreio divertido e informativo.
 
Entidades promotoras
 A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GAROPABA, órgão executivo municipal, tem apoiado anualmente iniciativas de promoção do meio ambiente desde 2001 com o objetivo de ampliar valores éticos e auxiliar na construção da cidadania.
 
A FUNDAÇÃO GAIA, com sede em Pantano Grande (RS), foi fundada em 1987 pelo ambientalista José Lutzenberger. Busca desenvolver e aplicar soluções ecologicamente desejáveis e socialmente justas, visando à preservação planetária em sua diversidade de ambientes e espécies. É referência em práticas sustentáveis para a consolidação de uma ética e cultura de integração harmônica homem-natureza, como pregava Lutzenberger.
 
O PROJETO GAIA VILLAGE, localizado no município de Garopaba (SC), tem como foco o desenvolvimento sustentável. Seu objetivo é criar um exemplo de ambiente amigável para a interação entre o homem e todo o sistema vivo - Gaia. Criado a partir das idéias e propostas de José Lutzenberger, mantém diversos programas de forte conteúdo ambiental, sendo os principais: preservação e recuperação de ecossistemas; produção rural sustentável; tecnologias ambientalmente responsáveis; desenvolvimento humano e educação ambiental.
 
JOSÉ LUTZENBERGER (17/12/1926 - 14/05/2002) – engenheiro agrônomo, naturista, ecologista, escreveu diversos livros, entre eles Fim do futuro? - Manifesto Ecológico Brasileiro (1976). Denunciou os estragos causados pelos agrotóxicos na agricultura brasileira, assim como a devastação ambiental em geral, e ajudou a fundar a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), uma das primeiras entidades ambientalistas do Brasil, em 1971. Fundou, em 1979, a empresa “VIDA produtos e serviços em desenvolvimento ecológico”. Em 1987, criou a Fundação Gaia. Foi secretário especial do Meio Ambiente durante o governo do presidente Fernando Collor de Mello, de março de 1990 até meados de 1992. Recebeu inúmeros prêmios e condecorações. Entre eles, o “Right Livelyhood Award”, conhecido como Nobel Alternativo, em 1988. Para Lutzenberger, era fundamental a conscientização para uma visão naturalista com ética holística, não antropocêntrica, também chamada “ecologia profunda”.

(Por Jornalistas Clarinha Glock e Cláudia Dreier, EcoAgência, 09/11/2010)


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