O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, enfatizou nesta sexta-feira, 5 de novembro, a necessidade das inovações tecnológicas promovidas pela indústria brasileira valorizarem a sustentabilidade ambiental. Após participar de reunião com empresários da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) , no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo, afirmou que esse será um grande diferencial competitivo do produto brasileiro em relação à maioria dos países concorrentes.
"A inovação deveria ter um viés pró-exportação e valorizar um ingrediente brasileiro diferenciado, que é a sustentabilidade. O Brasil tem matriz energética limpa, novas formas de energia e capacidade de desenvolver produtos com certificação verde, ambiental", avaliou Coutinho. "Precisamos tirar proveito também de inovação com sustentabilidade ambiental e ter competência em comunicar isso para o mundo", completou.
O presidente do BNDES afirmou que dobrar o investimento privado em inovação é um enorme desafio e deve ser encarado como grande prioridade do desenvolvimento do país. "A inovação é necessária para a competitividade e aumento da presença do Brasil nos mercados globais em que temos vantagens", enfatizou.
A duplicação do investimento privado em inovação é a principal meta da MEI, movimento de incentivo à inovação liderado pela CNI, lançado há dois anos. De acordo com a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) divulgada semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 38,6% das empresas industriais praticam inovação, seja em produtos, seja em processos.
Articulação
O aumento dessa taxa, de acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, passa pela articulação que a MEI tem feito com o próprio BNDES, ministérios de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. "A MEI tem feito essa articulação para aumentar o investimento, que hoje chega a 1% do PIB apenas se somados os investimentos públicos e privados. Esperamos que isso possa aumentar muito, principalmente entre as pequenas e médias empresas", afirmou Andrade.
Ressaltou ter sido a partir da articulação da MEI que o governo lançou, nesta sexta-feira, na CNI, a Sala de Inovação, que reunirá os órgãos federais da área de inovação num único lugar. "A Sala de Inovação vai facilitar o andamento dos projetos, que às vezes se perdem na burocracia, indo e vindo em ministérios. É uma solução prática", definiu Robson Braga de Andrade.
Lembrou que depois do lançamento da MEI a parceria com o governo aumentou bastante. "Nos últimos meses tivemos muitos avanços. O presidente Lula aprovou R$ 500 milhões num edital voltado para a inovação e o desenvolvimento tecnológico e fizemos um convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, que está colocando R$ 25 milhões, e a CNI outros R$ 25 milhões, para a criação de 27 núcleos estaduais de inovação que vão auxiliar as pequenas e médias empresas a inovar", relatou.
Assegurou que a interlocução continuará com o próximo governo. "Teremos no início de dezembro uma reunião para trabalhar essa agenda com o novo governo", informou o presidente da CNI.
(Agência CNI, Porto Gente, 09/11/2010)