Associações de produtores rurais, indústrias proecessadoras e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estatal responsável pela pesquisa agrícola, lançam na terça-feira, em Brasília, um programa para estimular a produção de sementes de soja não transgênicas e conseguir, assim, combater a formação de um oligopólio na oferta de sementes no País.
Setores que utilizam a soja não modificada geneticamente afirmam que os grandes fornecedores de sementes reduziram a oferta de sementes convencionais aos produtores nesta safra e estão basicamente comercializando grãos transgênicos.
“Batizamos o programa de ‘Soja Livre’ para refletir a livre escolha, seja do produtor, da indústria ou do consumidor final. As pessoas têm o direito de escolher o que querem, se a soja não transgênica ou transgênica”, afirma Cesar Borges, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) e presidente da indústria Caramuru, que processa soja não-transgênica.
Segundo ele, a comercialização de sementes está nas mãos de quatro ou cinco grandes empresas no País. Além da Abrange, também participa do programa "Soja Livre" a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
A escassez de sementes não transgênicas vai reduzir a oferta de soja convencional na próxima safra de graõs, que começa agora a ser plantada no País.
O Brasil é o maior produtor e o maior exportador do mundo de soja não modificada geneticamente. E Mato Grosso, em particular, é o hoje o Estado com a maior produção de grãos não transgênico do País.
(Por Claudia Facchini, IG, 08/11/2010)