O Ministério do Meio Ambiente vai realizar seminário, em março de 2011, sobre modelamento e gerenciamento costeiro do Brasil. O objetivo do seminário é informar e capacitar representantes da academia e de governos sobre o potencial do uso da ferramenta de mapeamento da costa para a gestão costeira brasileira.
O evento é resultado de parceria técnica com a Espanha para o intercâmbio de experiências e tecnologia a fim de mapear o litoral brasileiro e prever, num futuro de até 50 anos, alterações no desenho da costa, erosões e áreas suscetíveis aos efeitos da mudança do clima.
O anúncio foi feito na sexta-feira (5/11), quando o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Machado, se reuniu com representantes da Agência de Cooperação Espanhola, universidades de São Paulo, Federal de Santa Catarina e de Cantabia (Espanha), e da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural para avaliar a parceria.
Para Machado, a ferramenta de mapeamento da costa facilita a tomada de decisão, e para isso, é preciso de formação técnica. "O Brasil tem de ter responsabilidade para construir e capacitar técnicos e instituições para a gestão costeira. Isso é estratégico para o país", ressaltou.
Além de antecipar casos de erosão, impactos das mudanças climáticas e risco de deslizamento e enchentes, o modelamento costeiro permite usar o potencial de energia do mar. A expectativa na Espanha é de que, em 50 anos, 20% da fonte energética do país seja do mar.
O evento debaterá um sistema de prevenção de danos em casos de derramamento de petróleo. O sistema permite criar projetos para atuar diretamente na solução do problema, como na retirada de pessoas e na proteção das espécies na área de acidente.
No primeiro ano da parceria, foi desenvolvido projeto piloto na praia de Massuguaçu, no estado de São Paulo, onde foi diagnosticado áreas de erosão. Com base nessas informações, especialistas e gestores vão poder trabalhar para reverter o dano.
Com a tecnologia de modelamento costeiro, será possível antecipar casos de erosão, impactos das mudanças climáticas, risco de deslizamento e enchentes e mudanças na maré. Além disso, facilita a gestão e o ordenamento territoriais, com o acesso a informações.
(Por Carlos Américo, MMA, 08/11/2010)