A grande quantidade de cigarros produzidos e contrabandeados por indústrias do Paraguai, a preços irrisórios, prejudica a luta internacional contra o tabagismo. Foi o que avaliou Eduardo Bianco, diretor regional da organização não-governamental Aliança para o Controle do Tabaco (FCA).
Dados manejados pela FCA dão conta de que, anualmente, o Paraguai envia, apenas aos vizinhos de Mercosul, mais de 32 bilhões de cigarros. “O estudo confirma algo que já sabemos: o Paraguai é, lamentavelmente, o centro do comércio ilícito na região”, afirmou Bianco, em entrevista ao Diário Última Hora.
O baixo preço dos cigarros paraguaios, que cruzam as fronteiras sem nenhum tipo de controle ou taxação aduaneira, seria responsável pela diminuição da efetividade de medidas que buscam, através do aumento de impostos, encarecer o produto e desestimular seu consumo.
O prejuízo é grande, também, para o próprio Paraguai, que caso conseguisse taxar a exportação ilegal de cigarros, conseguiria, segundo o estudo tomado como base pela FCA, arrecadação extra de pelo menos US$ 130 milhões anuais.
Nos próximos dias, será realizada, no Uruguai, uma nova conferência internacional para debater medidas conjuntas contra o tabaco e verificar o cumprimento dos acordos assinados sobre a matéria. No Paraguai, os avanços no controle do tabagismo, nos últimos três anos, foram escassos.
(Por Guilherme Wojciechowski, SopaBrasiguaia.com.br, 04/11/2010)