A quantidade de lixo encontrada no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, extremo sul da Bahia, preocupa. Um dos destinos de ecoturismo mais ricos em biodiversidade do Brasil e do mundo reúne, além de belezas naturais, muitos resíduos que podem comprometer a qualidade de suas águas, e, por consequência, a saúde de diversas espécies marinhas.
A constatação veio depois de um mutirão de limpeza realizado no local que carrega o status de Unidade de Conservação, tamanha sua importância. A ação foi fruto da parceria entre Instituto Baleia Jubarte, Patrulha Ecológica – Escola da Vida, ICMBio-Caravelas e Organização Sócio-Ambiental Jogue Limpo. O resultado? Mais de 337 Kg de lixo, distribuídos em cem sacos plásticos, em três horas de coleta.
A atividade reuniu 68 participantes que recolheram, entre outras coisas, papelão, plástico, tecido, espuma, metal, nylon, borracha, isopor e vidro. No meio destes resíduos, teve quem encontrasse capacete, boneca, sapato, pneu e até roupa de mergulho. Durante as três horas de atividade os participantes foram divididos em cinco grupos para realizar a coleta nas ilhas Redonda e Santa Bárbara.
De acordo com o geógrafo e Educador Ambiental Kid Aguiar ações como esta devem ser feitas com mais frequência. Preocupado, o ambientalista faz um alerta: “durante a limpeza em Abrolhos foram encontradas cavernas sendo transformadas em verdadeiros lixões que podem ameaçar a biodiversidade local”.
Após a pesagem dos resíduos é necessário uma caracterização do material, levando-se em conta suas especificidades e o país de fabricação. O lixo internacional agrupado, reunido em 23 volumes, somou 8,96 kg. Ele é de países como EUA, China, Japão, Uruguai, Holanda, Malásia, Turquia, Grécia, Portugal e Espanha, entre outros. Entre o lixo doméstico foram identificados material de pesca e de mergulho e frascos lubrificantes descartados no mar por embarcações que navegam no Banco de Abrolhos.
Apoiaram a ação a agência Horizonte Aberto Catamarans, a ZM Embalagens - Sacos de Lixo Oxi-biodegradáveis, a Marinha do Brasil e a ECOMAR.
(Envolverde/Instituto Baleia Jubarte, 04/11/2010)