Representantes de vários países reúnem-se novamente no fim deste mês para mais uma rodada de negociações sobre ações para conter o aquecimento global. A partir do próximo dia 29, eles estarão em Cancun, no México, participando da 16ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP-16).
Na reunião, metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa estarão em pauta, mas, para os especialistas que participaram hoje (3) de um evento sobre mudanças climáticas promovido pela Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), as expectativas acerca de uma solução definitiva para o tema são baixas.
“Os países são realistas sobre o entendimento sobre as metas de redução de emissões. Então, não esperamos um acordo para o futuro em Cancun”, afirmou a especialista-chefe em mudanças climáticas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maria Netto. Ela espera, entretanto, que pelo menos uma decisão sobre o financiamento das políticas para redução das emissões saia da conferência de Cancun.
O especialista em energia do Banco Mundial (Bird), Christophe de Gouvello, ratificou as declarações da representante do BID, mas é otimista quanto a uma definição, na conferência, sobre quanto o reflorestamento colabora com a redução do aquecimento global. “Sobre a remoção de carbono da atmosfera por meio de plantações florestais, se espera alguns avanços técnicos significativos”, disse.
Para a diretora de Sustentabilidade da BM&FBovespa, Sonia Favaretto, esse pessimismo em relação à COP 16 pode ser positiva. Segundo ela, na última edição da conferência, em Copenhague, a pressão por uma definição era muito grande e isso atrapalhou. “A expectativa um pouco mais baixa é bom”, afirmou ela. “Em Copenhague, as expectativas eram fora da realidade. Cancun chega de um forma mais racional e ponderada, e isso pode ser bom”, completou.
(Agência Brasil, Correio Braziliense, 03/11/2010)