A Secretaria do Ambiente inaugurou nesta quarta-feira mais um espaço para coleta seletiva de lixo reciclável no Rio de Janeiro. O quarto ecoponto foi instalado em um condomínio em Santa Cruz, zona oeste do Rio, onde 200 famílias foram realocadas pela secretaria por morarem em áreas de risco às margens de rios da cidade. A expectativa é que o equipamento instalado no condomínio receba pelo menos 500 quilos de lixo por dia.
O ecoponto é um espaço cercado de 130 metros quadrados em que são colocados contêineres identificados para o recolhimento de diferentes tipos de materiais. Uma pessoa é responsável pela separação e preparação do lixo junto com catadores para a venda. O empreendimento faz parte do projeto Ecobarreiras, contemplado no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Rio Baixadas, em parceria com a Associação de Supermercados e empresas privadas.
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De acordo com a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, além das dez ecobarreiras implantadas no estado, duas estão previstas ainda para este ano. Segundo ela, a iniciativa de instalar ecopontos ainda está no começo e não dá para avaliar os resultados.
"O ecoponto está começando a funcionar, a gente ainda não tem um resultado mais preciso. Mas esse nosso programa de ecobarreiras com os ecopontos está permitindo que nós retiremos cerca de 300 toneladas de detritos diversos por mês, que vão cair em rios, lagoas e na Baía de Guanabara", afirmou Marilene Ramos.
Segundo a secretária, a expectativa é que o trabalho continue se expandindo. Ela também destacou a participação dos catadores de lixo no projeto.
"A automação dos ecopontos e das barreiras é feita por catadores de material reciclado, que são cooperativados, e o resultado da venda do material é revertido como complementação dos seus salários. Isso gera emprego para o pessoal local. Neste momento, nós temos cerca de 800 catadores trabalhando no projeto das ecobarreiras e ecopontos."
Na opinião do diretor administrativo da Febracom (Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis do Rio de Janeiro), Luis Carlos Fernandes, a população também é beneficiada, com o aprendizado e a melhoria do meio ambiente.
"A gente acha que o projeto é um exemplo a ser seguido, até porque é o início, pois essa cultura de coleta seletiva aqui no Rio ainda não foi absorvida pela população. Então é um passo que a gente está dando em condomínios e comunidades. E serve para mostrar à população que todo esse material deve ser aproveitado, entendendo que além do meio ambiente tem o lado social, que é a geração de renda para algumas pessoas que estão desempregadas", afirmou.
No primeiro semestre deste ano, foram retiradas 4.8000 toneladas de lixo dos rios --das quais 67 toneladas de material foram destinadas à reciclagem--, além de 120 toneladas dos três ecopontos, informou a secretaria.
O programa Ecobarreiras foi incluído no plano estratégico das Olimpíadas de 2016, como compromisso de redução da poluição dos mananciais do Rio.
(Folha.com, 27/10/2010)