Após ser atingida por um tsunami que já deixou 113 mortos e mais de 500 desaparecidos, a Indonésia registrou também 18 mortes causadas pelo vulcão Merapi, que entrou em erupção ontem. O tsunami foi gerado após um terremoto de magnitude 7,7 ocorrido na noite de segunda-feira.
O novo balanço foi dado pelo político local Hendri Dori Satoko. O tremor de ontem ocorreu a cerca de 78 km da costa de Pagai do Sul, nas ilhas Mentawai. Na segunda-feira, após o tremor, o governo da Indonésia chegou a emitir um alerta de tsunami, mas depois o suspendeu, acreditando não haver risco de chegada de ondas ao seu litoral. As ondas destruíram a maioria das edificações no vilarejo costeiro de Betu Monga.
Relatos de surfistas via Facebook indicam que o Macaronis Resort, na ilha de Pagai do Norte, foi totalmente devastado. No site, usuários afirmaram ter visto um tsunami com ondas de até três metros de altura. Um barco de turismo com entre oito e dez australianos está incomunicável, segundo o governo da Austrália.
Em relação ao vulcão, fontes do hospital Panti Nugroho, de Yogyakarta, confirmaram que um bebê de dois meses morreu quando sua mãe saiu correndo em pânico por causa dos ruídos que antecederam a erupção. Três pessoas morreram ao sofrerem graves queimaduras e mais 15 corpos foram encontrados em diversas casas próximas ao Merapi.
Ainda na segunda-feira, as autoridades começaram a retirar 40 mil pessoas para estabelecer um raio de segurança de dez quilômetros em torno da cratera da montanha, com 2.914 metros de altura do nível do mar. No começo da noite em Java, militares, policiais e funcionários civis protegidos por máscaras brancas continuavam com o processo de retirada em caminhões do Exército e caminhonetes. Fontes da Cruz Vermelha da Indonésia informaram que distribuíram cobertores, plásticos e tendas nos centros de acolhimento que foram organizados na região do vulcão.
Segundo o governo indonésio, as cinzas expelidas pela erupção chegam a 1,5 km de altura. O monte possui 2.914 metros de altitude. O governo recomenda que os moradores deixem o local o quanto antes. A cidade de Yogyakarta, a maior da região, fica a cerca de 26 km do vulcão.
O aumento nos últimos dias da pressão no interior do vulcão, considerado o mais volátil da Indonésia, fez autoridades alertarem para a possibilidade de ocorrer uma das mais fortes erupções dos últimos anos – o que ainda não foi confirmado. Há quatro anos, quando o Merapi explodiu pela última vez, duas pessoas morreram.
Os desastres naturais que atingem a Indonésia chegam seis anos após o devastador tsunami de 2004 – considerado uma das maiores catástrofes dos tempos modernos –, que deixou mais de 220 mil mortos nos países banhados pelo Oceano Índico. Provocada por um forte tremor na Indonésia, a tragédia ocorreu no dia 26 de dezembro de 2004 e atingiu as costas de 12 países.
(JC-RS, 27/10/2010)