Nas cidades, cada vez mais as praças assumem papel fundamental na vida das pessoas. Com o aumento da densidade habitacional, vive-se em apartamentos e, por isso, muitas vezes as praças e parques passam a significar a única possibilidade de contato com a natureza, de prática de esportes, de espaço de lazer para crianças e adultos. Porto Alegre já foi exemplo de cidade com muito verde, impressionando positivamente aqueles que visitavam a Capital.
Infelizmente já não é assim. A sujeira, a ocupação por pessoas que vivem nas ruas, o descuido com os equipamentos, o abandono das árvores tomadas por ervas de passarinho vão afastando os usuários e causando má impressão aos turistas. Como vereador, há tempos me bato em defesa de nossas praças. Neste ano, através de meu mandato, priorizei o cuidado com as praças, a limpeza da cidade, a campanha contra calçadas mal cuidadas, ou seja, aquilo que precisaria ter sido feito, mas não foi. Faço levantamentos fotográficos de grande parte das praças e parques e encaminho fotos e depoimentos dos usuários à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), pedindo limpeza e conservação. Mas a resposta é sempre igual: a indiferença do atual secretário, professor Garcia.
Para obter alguma ação por parte da Smam é preciso travar uma verdadeira batalha em todas as frentes: tribuna da Câmara, boletim do mandato, pedidos e denúncias à imprensa escrita, rádio e televisão. Representantes do prefeito, cabe aos secretários responder por suas respectivas áreas à população, fazer-se presentes, circular, coordenar. Mas o que vemos é a omissão de alguém que se entrincheira em seu gabinete e dá ordens apenas para atender a pedidos pessoais, que podem significar, por exemplo, a retirada de uma árvore saudável e frondosa, como a tipuana que estava na calçada da Câmara e que ali deveria permanecer, de acordo com parecer técnico. Mas, por decisão pessoal do secretário, foi arrancada. A administração da Smam deve responder a seus cidadãos, aos visitantes. A cidade que queremos precisa ser mais verde, mais limpa e, sobretudo, mais amada por aqueles que deveriam cuidar dela e protegê-la.
(JC-RS, 27/10/2010)