O turismo espacial pode ter consequências graves para o clima da Terra. Simulações computadorizadas sugerem que a fuligem emitida pelos foguetes podem aumentar ainda mais a temperatura nos polos terrestres, reduzindo significativamente a cobertura de gelo nas duas regiões.
A Boeing e a Virgin Atlantic são duas empresas que anunciaram os primeiros voos turísticos para o espaço.
Os testes realizados pela norte-americana Corporação Aeroespacial, em Los Angeles, Califórnia, consideraram mil viagens suborbitais por ano, número previsto dos voos espaciais que seriam lançados até 2020.
O pesquisador Michael Mills, do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (EUA), participou do estudo e disse que ainda faltam informações sobre como a fuligem poderia impactar o ambiente, já que não há dados fornecidos pelas empresas aéreas sobre quantidade de poluente que seria emitida pelas espaçonaves a cada voo.
Para a análise, foram considerados cerca de 60 gramas por quilograma de combustível queimado.
Essa quantidade de lançamentos representaria cerca de 600 toneladas de fuligem (ou carbono negro --matéria impura gerada pela combustão de combustíveis fósseis).
O volume é menor que o emitido pelos aviões e outros tipos de transporte aéreo, mas a fuligem liberada, nesse caso, pode ser lavada da atmosfera pela chuva em questão de dias. No caso da estratosfera, a substância permaneceria na área por um período de até dez anos.
(Folha.com, 26/10/2010)