A operação Mata Atlântica flagrou desmatamento em área de preservação permanente em Itapoá e Guaruva, região norte catarinense. O desmatamento se deu com tratores de esteira, os quais têm grande poder de derrubada. De acordo com o fiscal Gilberto Cruz, o desmatamento encontrado era recente, pois não havia regeneração natural da mata suprimida. O auto de infração aplicado ao infrator determina multa de R$ 130 mil.
Segundo Cruz, boa parte dos restos da vegetação derrubada estava sendo abandonada às margens e mesmo dentro dos cursos d’água encontrados. “Foram observadas pequenas nascentes de olhos d’água, de cujo afloramento corriam filetes de água para os cursos maiores.”, disse.
A área desmatada é caracterizada como APP - Área de Preservação Permanente, uma vez que em toda a sua extensão foram observados cursos de água, nascentes, veredas e campos brejosos. “Ainda que os cursos de água sejam de pequeno porte, a presença de vários deles forma um mosaico bastante extenso de APP.”, complementou o fiscal.
Foram encontrados derrubados diversos indivíduos de xaxim (Dicksonia sellowiana), espécie ameaçada de extinção. Nos limites da área desmatada há remanescentes florestais de grande porte, cuja regeneração pode levar anos.
O chefe da Divisão de Controle e Fiscalização da superintendência do Ibama em Santa Catarina, Carlos Ribeiro, alerta que as infrações cometidas contra os remanescentes da Mata Atlântica configuram crime ambiental, passivo de sanções administrativas e criminais.
(Por Badaró Ferrari, Ascom/Ibama/SC, 25/10/2010)