O secretário de Energia britânico, Chris Huhne, garantiu £1 bilhão do tesouro nacional para investir no desenvolvimento de tecnologias para capturar e diminuir emissões de carbono das centrais elétricas.
Apesar de ser apenas metade da verba solicitada pelo Departamento de Energia e Mudanças Climáticas (DECC), ela acalma o medo de ambientalistas de que a coligação de Huhne pudesse deixar esse compromisso de lado.
Mas as notícias não são tão boas para outra pasta da economia ambiental: o Tesouro aparentemente apertou as propostas para um banco de investimentos verdes. Huhne queria £6 bilhões do dinheiro público para criar um banco - que foi anunciado pelo governo trabalhista anterior e também era um compromisso do partido conservador britânico, de volta ao poder neste ano - que pode desbloquear os fundos de setor privado através do incentivo a investimentos de risco em tecnologias verdes.
Em outras áreas de investimento há novidades diversas, de acordo com fontes do governo: o aumento de 10% desmantelamento nuclear, £400 milhões para o incentivo de projetos de calor renovável, £60 milhões de financiamento para os portos do nordeste e para a construção de fábricas de pás para turbinas eólicas e, entretanto, um corte de 10% para chamadas tarifas feed-in - o subsídio para os pequenos projetos de energia renovável como painéis solares em casas.
A coligação espera que o pacote de medidas fortaleça a pretensão do primeiro-ministro em liderar o governo 'mais verde da história' e ajude os liberais a se recuperarem de seus baixos desempenhos nas pesquisas. Uma pesquisa recente mostrou que três quartos dos liberais defendem que os investimentos em energia limpa sejam protegidos ou aumentados.
O desenvolvimento de tecnologias em captura e armanezamento de carbono (CCS) é visto como um passo fundamental para a elaboração de um setor energético para ajudar a Grã-Bretanha cumprir a sua meta de reduzir a emissão de gases estufa nos próximos 20 anos. Mas haviam temores de que o projeto, que requer um financiamento inicial, perdesse espaço na revisão de gastos de quarta-feira. O ministro de Clima do partido conservador, Greg Barker, disse em discurso no mês passado que os investimentos em alguns "bons projetos" relacionados à captura de carbono teriam de ser reduzidos.
Segundo fontes envolvidas no processo, Huhne assumiu uma briga difícil para garantir o fundo extra. Ele foi apoiado por dois conservadores - o ministro do Gabinete do Governo, Oliver Letwin, e o ministro junior do DECC, Lord Marland. Uma fonte do partido afirmou: "Chris lutou muito duro. Ele não obteve todo o dinheiro que queria - apenas a metade do que defendeu - mas o Tesouro não teria dado nada".
O secretário de Energia, entretanto, teve um corte difícil no orçamento do seu programa verde. O Warm Front, que oferece subsídios para o isolamento e aquecimento central para os menos abastados, vai ter "cortes muito ruins", disse um observador. Haverá um aumento do apoio aos preços sociais - que vão de atualmente zero a £300 milhões - o que ajudará a reduzir as faturas aos mais pobres, mas é improvável que isso compense o transtorno causado pelos cortes do programa. Os liberais-democratas esperam ataque do partido trabalhista.
Espera-se também que a comunidade ambiental fique descontente com o corte dos subsídios para as pessoas que enviam a sua própria energia para a rede. Não está claro quando a redução de 10% entrará em vigor.
(Agência Estado, 20/10/2010)