O Conselho Científico estatal, que analisa a situação posterior ao vazamento de lama tóxica no oeste da Hungria, afirmou hoje que a contaminação do solo não penetrou mais de dez centímetros em nenhum local.
A catástrofe ocorreu quando o dique de uma balsa de resíduos da fábrica de alumínio de Ajka sofreu uma ruptura, o que permitiu o vazamento do "barro vermelho" que deixou nove mortos e mais de 100 feridos, além de contaminar uma zona de cerca de 40 quilômetros quadrados.
O órgão assinala em seu relatório "que a água potável da região não corre perigo de ser contaminada, o que foi verificado também por cientistas da União Europeia (UE) e da Organização Mundial da Saúde (OMS)".
O comunicado publicado no site da Defesa Civil húngara aponta que o conselho irá elaborar planos a curto prazo e promover estratégias para restabelecer a salubridade na zona contaminada.
Desde a última sexta-feira os habitantes da localidade mais afetada pela lama corrosiva, Kolontar, a cerca de 160 quilômetros de Budapeste, começaram a retornar a seus lares, de onde haviam sido evacuados pelas autoridades.
Diferentes ONGs, entre elas o Greenpeace, criticaram a decisão do Governo de permitir o retorno dos habitantes a Kolontar, medida classificada de irresponsável, já que são ignorados os efeitos do vazamento para a saúde a curto e médio prazo.
Em Kolontar e Devecser - a outra localidade mais contaminada -, foi acelerada a operação de limpeza, após ter sido reparado o dique de contenção, para impedir que uma eventual segunda enchente de lama tóxica afete novamente as zonas habitadas.
O Executivo húngaro convidou arquitetos e especialistas austríacos que trabalham no lugar para determinar como será feita a vedação definitiva do buraco por onde vazou o lodo vermelho.
(Efe, Jornal VS, 18/10/2010)