Produtores estadunidenses estão se queixando que as sementes transgênicas estão muito caras, que podem contaminar as plantações convencionais e que o mato ficou resistente ao herbicida. Apesar disso continuam usando essas sementes.
Mas investigações em curso sobre práticas anti competitivas da Monsanto podem levar os agricultores a mudar de ideia. Empresas como a Monsanto criaram um monopólio no mercado de sementes, adquirindo sementeiras menores e vendendo apenas as variedades transgênicas. Com isso fica cada vez mais difícil a tarefa de se encontrar sementes comuns, já que o melhoramento genético obtido pelas vias convencionais só chega ao mercado “casado” com as sementes transgênicas.
Acontece que com a subida dos custos e a resistência do mato aos herbicidas, as sementes transgênicas estão menos vantojosas, e os produtores estão se dando conta disso. No ano passado, o preço das sementes de soja transgênica subiu 24% e o do milho 32%. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando as práticas anti competitivas da Monsanto, que anunicia, por sua vez, que planeja oferecer no próximo ano mais opções de sementes a um custo menor.
“Simplesmente não existe competição no mercado”, disse Craig Griffieon, produtor em Iowa. Embora as sementes transgênicas predominem, os produtores começam a avaliar que elas não trazem tantos benefícios assim. O número de agricultores que adotou sementes transgênicas nos Estados Unidos em 2009 cresceu apenas 1%, de 85 para 86%. Foi o menor crescimento desde 2001. Em Illinois, por exemplo, a área cultivada com milho transgênico caiu de 84 para 82%, enquanto a de soja foi de 90 para 89%.
(AS-PTA/EcoAgência, 17/10/2010)