As grandes hidrelétricas fazem parte do passado na história da infraestrutura no Brasil. Para Carlos Rittl, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF Brasil, a redução do tamanho dos projetos hidrelétricos ainda é uma concessão modesta para minimizar os impactos de hidrelétricas na Amazônia.
"Quando se fala de hidrelétricas na região amazônica, seria bom saber se o plano é barrar todos os rios amazônicos. Hoje, o que se discute é o projeto de Belo Monte, de Jirau, não se discute a Amazônia como um todo."
Rittl afirma que não faz sentido o país retomar a discussão das grandes hidrelétricas, mas sim se debruçar sobre como aproveitar melhor as fontes de energia disponíveis, com programas mais efetivos de eficiência energética, e aproveitar o potencial de energias alternativas, como a eólica.
"A discussão das grandes usinas atende ao interesse de grandes grupos construtores, que poderão gerar muitos recursos."
"O importante para o país é investir em eficiência energética e avançar com a geração eólica, cujo aproveitamento ainda não alcança sequer 1% do potencial", afirma Rittl.
Segundo ele, o país detém potencial eólico de 140 mil MW. Isso é maior do que todo o parque de geração instalado hoje no país, da ordem de 107 mil MW.
Esse tema foi ignorado na campanha eleitoral, embora a candidata do PV, Marina Silva, tenha, em alguns momentos, feito críticas ao modelo atual de expansão do setor elétrico brasileiro, principalmente em relação a projetos como Belo Monte.
(Folha.com, 17/10/2010)