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pequenas centrais térmicas geração de energia termelétricas no Brasil
2010-10-18 | Tatianaf

O custo de geração térmica complementar para manter o estoque de segurança nos reservatórios das usinas hidrelétricas, de acordo com a meta traçada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), será de R$ 500 milhões neste ano.  A conta do operador, porém, não considera que R$ 635 milhões já foram contabilizados até agosto apenas relacionados à restrição de linhas de transmissão, que também exigiu maior uso de térmicas no ano.  Até setembro, os encargos totais pelo uso das térmicas já somaram R$ 1,1 bilhão, custo que vai diretamente para a tarifa de energia.

Mesmo a previsão do ONS com os custos de térmicas para a segurança de suprimento de energia em 2010 é muito otimista, segundo o diretor da Associação dos Grandes Consumidores de Energia.  Só em setembro, a Abrace estima encargos de R$ 140 milhões e outros R$ 70 milhões só na primeira quinzena de outubro.  Só esse valor já se aproximaria da estimativa do ONS.  Mas o próprio operador admite que esse valor pode ser maior se as chuvas, que este ano foram postergadas pelo fenômeno climático La Niña, não cheguem com maior força até novembro.

O período seco provocado pelo La Niña fez com que o mês de setembro registrasse o pico histórico de geração térmica: cerca de 14% da geração total de energia.  Na média do ano, as termelétricas foram responsáveis por 7% do consumo total de energia.  Em 2008, ano recorde no acionamento de térmicas, esse percentual ficou em 8%.  Naquele ano, os encargos chegaram a R$ 2,3 bilhões.

No ano passado, como os reservatórios estavam cheios, o gasto com geração térmica foi de apenas R$ 130 milhões.  E boa parte em função da restrição de transporte das linhas de Itaipu.  Em 2010, também se gerou encargo em função da restrição do sistema Acre-Rondônia que faz com que tenham que ser acionadas térmicas movidas a óleo combustível em Porto Velho e que são mais caras.

O custo que o consumidor tem que pagar é o do combustível das térmicas.  Na medida em que elas são ligadas, seja porque uma linha de transmissão falhou, seja para preservar reservatórios de hidrelétricas, esses custos vão sendo contabilizados numa conta chamada de Encargos de Serviços de Sistemas (ESS).  Todo mês, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) cobra isso dos agentes do mercado.  Isso significa que o consumidor livre de energia paga a conta imediatamente.  É diferente do consumidor ligado às distribuidoras que só vai pagar essa conta no reajuste anual de tarifas.  Os custos do ano de 2008, por exemplo, impactaram em até 5 pontos percentuais os reajustes em algumas regiões.

O custo fica ainda maior se for necessário acionar usinas movidas a óleo combustível para garantir suprimento.  O ONS diz que até agora somente térmicas a gás foram usadas para esse fim.  "Se a transição do período seco para o período úmido (com mais chuvas) passar de novembro, vamos continuar com a geração térmica à gás, para não correr o risco de nos arrependermos no futuro e termos que acabar gerando energia elétrica a partir de térmicas a óleo", disse Hermes Chipp, do ONS.  Ele não afastou, no entanto, essa hipótese por completo, mas disse que, no momento, não há indícios da necessidade de gerar térmicas a óleo.

Nos próximos meses, o ONS espera que o nível de chuvas na região Norte do país volte a subir.  Hoje, a região recebe excedente do Sudeste, que está com os reservatórios em 47% da capacidade, acima do nível meta de 39%.  Se voltar a chover no Norte, o Sudeste poderá enviar parte deste excedente ao Nordeste, que está hoje com 44% dos reservatórios cheios, pouco abaixo dos 45% da meta.

O horário de verão, que vai do dia 17 de outubro a 20 de fevereiro, ajuda o sistema elétrico a economizar R$ 2 bilhões em investimentos para incremento de capacidade.  Além disso, anualmente, há uma redução média da demanda por energia de 2,53 mil MW.  No horário de pico, que vai das 19h às 22h no horário de verão, há redução de 4,6% da demanda.

(Valor Econômico, Amazônia.org, 15/10/2010)


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