O Brasil precisa dar continuidade ao processo de desconcentração industrial e estimular regiões ricas em matérias-primas a investir em ciência, tecnologia e inovação. Como exemplo dessa necessidade, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, citou o estado do Pará onde, além da abundância de matérias-primas como minério de ferro, há boas hidrovias e a expectativa positiva de oferta de energia a partir da conclusão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
“Nosso país é grande e diversificado e isso faz com que o processo de desconcentração das indústrias seja ainda mais importante. Por isso o tema tem pautado o governo federal em muitos setores”, disse nesta quinta-feira (14/10) Rezende à Agência Brasil, após participar da 2ª Oficina de Trabalho Diagnóstico da Base Industrial da Defesa.
Segundo ele, o exemplo da mineradora Vale serve de referência. A Vale, uma das maiores exploradoras de recursos naturais do mundo, está criando um instituto de pesquisas no Pará com o objetivo de desenvolver tecnologias.
“Isso atrairá outras empresas, a exemplo do que já ocorreu em São José dos Campos (SP). Lá estão concentrados importantes centros de pesquisas e, junto a centros desse tipo, costumam aparecer empresas inovadoras”, disse o ministro. “Com Belo Monte e o minério de ferro da Vale, as empresas certamente ficarão incentivadas a desenvolver produções locais”.
Rezende avaliou que o crescimento que já vem ocorrendo no mercado brasileiro como um todo. Com as regiões Norte e Nordeste se tornando um mercado mais significativo, o Brasil caminha na direção da desconcentração das empresas e, consequentemente, estimula a demanda por pesquisa e inovação no país. O ministro informou que, enquanto a produção mundial cresceu aproximadamente duas vezes e meia entre 1982 e 2009, a brasileira aumentou 14 vezes no mesmo período.
(Agência Brasil, Correio Braziliense, 14/10/2010)