A necessidade de redução das taxas de perda de biodiversidade no mundo é urgente, e isso não é nenhuma novidade. Sendo assim, a sociedade civil brasileira quer que o governo do país defenda internacionalmente um plano ambicioso e eficaz para conservação da biodiversidade durante a próxima década.
O momento de defender esse plano está chegando. Durante a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (COP 10/CDB), que começa no próximo dia 18 de outubro no Japão, será debatido entre os 193 países membros da Convenção um Plano Estratégico sobre o tema que definirá ações a serem executadas para garantirem a redução significativa da perda de biodiversidade no planeta.
Por isso, foi entregue hoje aos Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores um documento oficial com a posição da sociedade civil brasileira em relação ao Plano Estratégico. O intuito desse documento é fazer com que o governo leve em consideração tais demandas na hora de se posicionar nas negociações.
O documento entregue é resultado de um seminário organizado pelo MMA e União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) com apoio do WWF-Brasil e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e foi assinado por diversas organizações não governamentais do país.
Entre as reivindicações da sociedade civil, destacou-se a necessidade de desenvolver mecanismos para incluir o valor da biodiversidade nas contas dos países; aumentar a cobertura de áreas protegidas de 10% para 20%, inclusive nas zonas marinhas e costeiras; reduzir a zero a taxa de perda de habitats e de degradação dos habitats naturais, e a criação de uma meta específica no Plano Estratégico para abordar atividades de impacto indireto na biodiversidade.
“A Rede WWF e o WWF-Brasil ainda defendem veementemente que o Plano Estratégico da CDB tenha missão de zerar a perda de biodiversidade até 2020. É preciso assumir metas audaciosas e cobrar dos países que as implementem”, afirmou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil. “Queremos que essa COP faça jus ao Ano Internacional da Biodiversidade e defina compromissos efetivos”, concluiu Hamú.
Leia o documento entregue, diponível em pdf ao lado, e fique de olho nas negociações que acontecerão durante a COP 10/CDB. É o momento de pedir aos líderes mundiais que assumam compromissos para cuidar bem da nossa biodiversidade e, consequentemente, da nossa vida.
Cuidar da natureza é cuidar da vida
O movimento Cuidar da natureza é cuidar da vida destaca a importância da conservação da biodiversidade e alerta para as consequências que o descuido com a natureza pode provocar. Associada à meta do WWF-Brasil de contribuir para que o Brasil alcance o desmatamento zero até 2015, tem como objetivo aumentar a conscientização da sociedade brasileira sobre a importância das áreas protegidas no combate ao desmatamento, conservação da biodiversidade e fornecimento de serviços ambientais; além de mostrar a relação entre a conservação da natureza e a qualidade de vida da população.
Uma ação diretamente ligada ao movimento é a proposta de criação de unidades de conservação em dez áreas prioritárias. Estes espaços instituídos pelo poder público tem a finalidade de conservar as características naturais relevantes em cada área. A lista criada pelo WWF-Brasil é uma sugestão para o governo brasileiro alcançar, ainda em 2010, as metas de cobertura natural protegida por unidades de conservação estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (CDB).
Os focos são a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco Jauaperi (Amazonas), o Parque Nacional dos Lavrados (Roraima), o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Goiás), o Parque Nacional Boqueirão da Onça (Bahia) e outras unidades no Cerrado do Amapá, no Tabuleiro do Embaubal (Pará), no Croa (Acre), no extremo Sudoeste do Pantanal e em Bertioga, São Paulo.
(Por Ligia Paes de Barros, WWF Brasil, Amazônia.org, 14/10/2010)