Projeto piloto desenvolvido pela organização não governamental (ONG) Ação Verde está testando a implementação de microchips em árvores de uma fazenda em Mato Grosso. A ideia é fornecer dados sobre a exploração da mata.
Testado em uma área de 100 hectares da fazenda Caranda, que produz soja e milho e mantém um terço do terreno com vegetação nativa, o projeto coloca microchips em cada árvore, informando sua localização, tamanho e período de corte. A tecnologia permite que compradores possam diferenciar a madeira de outros produtos, fugindo de negócios que envolvem desmatamento ilegal.
"As pessoas falam muito sobre a madeira proveniente de práticas de manejo florestal sustentável e este é um sistema que pode provar isso", disse à agência Reuters engenheiro florestal Paulo Borges, integrante da Ação Verde.
"As pessoas lá fora ainda pensam os agricultores estão destruindo o meio ambiente. Não é verdade e queremos mostrar que isso não é verdade", disse Patrik Lunardi, membro da família proprietária da fazenda que permitiu o projeto.
Segundo os organizadores da ideia, o sistema pode ajudar a proteger a Amazônia do corte irregular de florestas. O microchip retém informações sobre uma árvore, do momento em que ela foi derrubada até chegar a uma serraria.
Projeto semelhante foi desenvolvido pelo Instituto Web Florestal Planet, sediado em Cuiabá, cujo dispositivo eletrônico é implantado em árvores e pode ser monitorado a partir de uma central. Locais na Bolívia e Nigéria também usam a tecnologia, com leitores de códigos de barras ou de localização por satélite
(Globo Amazônia, Olhar Direto, 13/10/2010)