O impacto do aumento das temperaturas no metabolismo dos mosquitos pode resultar na expansão de populações de espécies nocivas ao homem, como a transmissora da malária, afirma um estudo publicado nesta semana na revista Nature.
Pela primeira vez cientistas foram capazes de estimar como o clima mais quente irá afetar os mosquitos em escala global, assim como outros animais de sangue frio.
De acordo com o estudo, o efeito da temperatura no metabolismo desses animais é não-linear, afetando de maneira mais profunda espécies de ambientes tropicais.
“Em altas temperaturas, mesmo a mínima variação já causa grandes efeitos”, explicou o principal auto da pesquisa Michael Dillon, da Universidade do Wyoming.
Dillon afirma que os efeitos do aquecimento global na expansão da malária são complicadíssimos de serem calculados, porém há razões de sobra para preocupações.
“Altas taxas de metabolismo irão diminuir o período de gestação dos mosquitos, o que irá causar o aumento no número deles. Além disso, longos meses de calor irão permitir que esses mosquitos fiquem ativos por mais tempo. Finalmente, o metabolismo dos parasitas que causam a malária também pode ser afetado, o que resultará em mais mosquitos carregando mais parasitas”, alertou o pesquisador.
(Por Fabiano Ávila, Carbono Brasil, Envolverde, 13/10/2010)