O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, chamou novamente a atenção da população sobre o risco que os "habitantes do planeta estão correndo" ante uma eventual guerra nuclear mundial. O alerta foi dado ontem (7) em um artigo intitulado "As armas nucleares e a sobrevivência do Homo Sapiens".
Fidel acredita que o povo precisa ser informado sobre o significado "da energia nuclear" para o futuro da espécie humana. No dia 28 de setembro, em um discurso em La Habana, o líder cubano comentou ser importante que todos tivessem alguma noção sobre o que é a arma nuclear. Para ele, a única "esperança consiste em levar às massas, de forma serena e razoada, o fato real de que todos os habitantes do planeta estão correndo um enorme risco".
Fidel baseia suas atuais reflexões nas palavras de dois pesquisadores que visitaram a ilha caribenha nas últimas semanas: Alan Robock, científico norte-americano e professor emérito da Universidade de Rutgers, em New Jersey; e Michel Chossudovsky, professor emérito da Universidade de Ottawa, diretor do Centro de Investigação sobre Globalização e editor do site "Global Research".
O líder revolucionário, Robock, na visita, destacou a teoria do "Inverno Nuclear". "Bastariam 100 das 25 mil armas nucleares estratégicas que existem hoje - explicou-nos - para que se ocasione uma tragédia", apontou Fidel.
Segundo o artigo "As armas nucleares e a sobrevivência do Homo Sapiens", a teoria do "Inverno Nuclear" mostra que as armas não poderiam ser utilizadas se não existissem e, como não há uma justificativa racional para serem utilizadas, deveriam ser destruídas a fim de evitar qualquer acidente ou "erro de cálculo".
"(...) qualquer país que neste momento esteja considerado na via nuclear necessita reconhecer que estaria pondo em perigo não só suas próprias populações, mas também o resto do mundo", apontou o investigador.
Já as considerações de Chossudovsky foram coletadas por Fidel durante uma conferência realizada no início deste mês da Universidade de La Habana. Na ocasião, o economista canadense comentou sobre o risco da guerra e o emprego das armas atômicas.
De acordo com as reflexões de Fidel, Chossudovsky destacou também a relação entre os projetos econômicos e militares do governo estadunidense. "O dia de hoje quis focar muito mais na questão da aventura militar que está acontecendo. É uma aliança dos Estados Unidos, da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e de Israel, é um projeto militar; mas, por sua vez, é também um projeto econômico, porque é um projeto de conquista econômica", lembrou o economista.
Chossudovsky destacou ainda a ameaça nuclear dos Estados Unidos ao Irã sob o "pretexto" de que este país "é uma ameaça à segurança mundial". O pesquisador também não descartou a possibilidade da ameaça tornar-se uma guerra mundial.
"(…) estamos realmente em uma conjuntura onde o futuro da humanidade está afetado, porque se tiver um ataque nuclear ao Irã - como já está se anunciando, e há preparativos de guerra desde 2004 -, isso significa que, primeiro, nessa guerra do Oriente Médio, Ásia Central, que agora está limitada a três teatros, Afeganistão, Iraque e Palestina, vamos ver uma escala do processo militar com a possibilidade de um cenário de guerra, a terceira guerra mundial", comentou.
(Adital, com informações de Telesur, 13/10/2010)