Essa situação já se extende desde de maio deste ano. A empresa responsável pela obra, a Foz do Chapecó Energia S.A, alega que apenas 2, 4 mil famílias seriam afetadas pelo empreendimento. Já o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) afirma que esse número é muito maior.
Em Rio dos Índios, região do Alto Uruguai no RS, oito famílias se encontram alojadas no ginásio da prefeitura mas podem ser despejadas a qualquer momento. O prefeito explica que não tem condições de manter as famílias que não foram indenizadas pela empresa.
A direção da empresa alega que não tem responsabilidade sobre essas pessoas já que "não foram diretamente atingidas pela construção da usina, e por isso não preenchem o requisito para receber as compensações".
Contudo, o prefeito da cidade, Valdemar Veloso Batista (PDT), diz estranhar o comportamento da empresa já que incialmente teria tentado negociar com essas famílias. Ele acredita que se a empresa não tivesse responsabilidade sobre elas, não teria tentado um acordo com as mesmas.
Para o integrante da coordenação do MAB na região, Pedro Eluis Nilchiurs, a prática de não reconhecimento de famílias atingidas por esses grandes projetos é comum entre essas empresas que geram energia. Ele também lembra que mais de 60 famílias tiveram ordem de despejo e diz que é irregular a forma que é definida se uma família é ou não atingida por uma hidrelétrica.
Empreedimentos como estes geralmente recebem financiamento público como é o caso. A Foz do Chapecó Energia S.A. é formada em sociedade pela Camargo Correia e pela Chapecoense Geração. A empresa recebeu R$ 1,65 bilhão do BNDES.
(Pulsar Brasil/EcoAgência, 12/10/2010)