A ambientalista catarinense Miriam Prochnow, Coordenadora de Políticas Públicas da Apremavi, participará da reunião do Diálogo Florestal Internacional (The Forests Dialogue - TFD), que acontece de 12 a 17 de outubro na Indonésia. Miriam integra o Comitê Executivo do Diálogo Internacional representando o Brasil.
Nesta reunião o Diálogo Florestal Internacional discutirá as plantações florestais e sua relação com as populações indígenas e tradicionais e realizará uma reunião ordinária do Comitê Executivo. Em Pekanbaru serão visitadas algumas comunidades onde existem ou existiram conflitos entre as atividades das populações tradicionais e as atividades da silvicultura, visando a elaboração de diretrizes internacionais de resolução desse tipo de conflito. Já a reunião do Comitê Executivo será em Bali e complementará as visitas de campo, com encaminhamentos para os trabalhos futuro do Diálogo.
A Indonésia foi escolhida para sediar este evento do Diálogo Internacional por ser hoje um dos países que tem o maior índice de desmatamento de florestas no mundo, contribuindo substancialmente para as emissões de gases do efeito estufa e onde ainda existem muitos conflitos sociais por conta do uso e ocupação do solo, entre elas a implantação de áreas para agricultura e plantações florestais. Uma das iniciativas do governo para reduzir a emissão de CO2 é a implantação de projetos de REDD (desmatamento evitado), que é também uma das áreas de interesse do Diálogo Florestal.
Miriam entende que esta viagem será importantíssima para a troca de experiências e para o encaminhamento de ações conjuntas visando cada vez mais o entrosamento entre o setor florestal, as comunidades e a conservação do meio ambiente. A experiência brasileira tem mostrado que isso não só é possível, como fundamental. Uma das experiências bem sucedidas é o Programa Matas Legais, que é desenvolvido numa parceria da Apremavi com a Klabin.
O Diálogo Florestal Internacional surgiu em 2000 e conta com a participação das maiores empresas do setor florestal mundial, grandes organizações ambientalistas, pesquisadores das ciências ambientais e representantes de movimentos sociais. Sua secretaria executiva está baseada na Universidade de Yale (EUA).
O primeiro encontro do The Forests Dialogue no Brasil foi em outubro de 2003, com o tema “biodiversidade”. Neste evento, realizado em Santa Cruz Cabrália (BA), os convidados brasileiros começaram a conversar sobre a ideia de implantar uma iniciativa similar no Brasil, reunindo empresas e organizações ambientalistas.
A iniciativa brasileira também chamada de Diálogo Florestal existe desde 2005 e reúne empresas do setor florestal e organizações ambientalistas com o objetivo de construir uma visão comum entre esses setores que leve a ações economicamente viáveis e aumente a escala dos esforços e os resultados para a conservação do meio ambiente, gerando benefícios para os participantes do Diálogo e para a sociedade em geral. Atualmente o Diálogo Florestal atua na Mata Atlântica, no Pampa e no Cerrado.
Miriam Prochnow é a secretária executiva do Diálogo Florestal brasileiro, cargo do qual está licenciada desde julho em função do processo eleitoral, devendo retomar suas atividades após o retorno desta viagem de trabalho.
O Diálogo Florestal realizou seu VI Encontro Nacional, em Itu (SP), entre os dias 25 a 27 de agosto de 2010. No encontro foi decidido que haverá uma terceira fase, de quatro anos, focada nos seguintes temas prioritários:
1 - Conservação e silvicultura (mosaicos e corredores ecológicos, restauração, planejamento da paisagem).
2 - Legislação ambiental (Código florestal, ICMS Ecológico e serviços ambientais e zoneamento ecológico/econômico).
3 - Florestas como vetor de desenvolvimento
4 - Florestas e mudanças climáticas
5 - Fomento florestal
O Diálogo Florestal conta com um Fórum Nacional, um Conselho de Coordenação, uma Secretaria Executiva e sete Fóruns Regionais, sendo uma deles o Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina, cuja secretaria executiva está sob a responsabilidade da Apremavi.
O atual Conselho de Coordenação do Diálogo é composto pelas seguintes organizações: Amda, Apremavi, Instituto Bioatlântica, Instituto Ecosolidário, The Nature Conservancy, Cenibra, Fibria, Klabin, Rigesa e Suzano.
(Apremavi, 09/10/2010)