No dia 7 de outubro de 2006 foi descoberto o primeiro cardume de peixes mortos em função da liberação de substâncias tóxicas no Rio dos Sinos, dando visibilidade ao maior desastre ambiental da região. A data não merece comemoração, mas quatro anos depois, pode-se reconhecer os esforços da sociedade para recuperar o rio. Para o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos), Sílvio Klein, nunca houve na história do rio um momento de mobilização como o atual. "Campanhas e ações de educação ambiental foram criadas por entidades que surgiram especialmente com o intuito de recuperar as águas.’’
Reciclar para preservar
O consórcio Pró-Sinos é um exemplo de entidade que surgiu da mobilização pela recuperação do rio. Criado há três anos, promove programas de educação ambiental e, este ano, apresenta projetos que atuarão direta e indiretamente na despoluição do Rio dos Sinos. Um deles será enviado hoje à Fundação Banco do Brasil. Trata-se da criação de uma usina de reciclagem em São Leopoldo, que pretende dar destino adequado aos resíduos antes que eles acabem parando nas águas do Sinos. O projeto deve ser implantado no ano que vem e terá um investimento de R$ 1,5 milhão, segundo o coordenador executivo do Pró-Sinos, Julio Dorneles. "A maior contribuição do Comitê é a mobilização para enfrentar a realidade e buscar alternativas’’, destaca.
Relatórios indicam melhora
A transferência de famílias que viviam à margem dos arroios, recuperação de mata ciliar e ampliação das unidades de conservação foram outras medidas adotadas em São Leopoldo para recuperação do rio. Sílvio Klein destaca que o reflexo de todas as ações pode ser observado no relatório de condição das águas, disponível no site da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. "Não estamos mais aumentando o passivo (presença de resíduos)." O pescador Carlos Link observa uma melhora, embora tímida, na qualidade do rio.
(Por Aline Adolphs e Alessandra Stieler, Jornal VS, 08/10/2010)