Um grupo de 16 índios mexicanos iniciaram nesta quinta-feira uma greve de fome frente ao escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Chiapas, reivindicando a libertação de dois líderes detidos por conflitos agrários.
No local, situado cerca do parque central da cidade colonial de San Cristóbal de las Casas, 600 indígenas de diferentes cidades integrantes da Organização Proletária Emiliano Zapata (Opez) se instalaram para apoiar a reivindicação e "proteger" aqueles que farão o jejum.
"A greve de fome é por tempo indeterminado para pressionar as autoridades a soltarem nossos companheiros Caralampio Gómez Hernández e Juan Díaz Gómez, aos quais acusam de atentados contra a ordem constitucional, despojo e fraude", explicou Pablo César Gómez, porta-voz do grupo.
"Temos necessidade de terras para semear e para viver com nossas famílias", destacou. Segundo ele, o dono do terreno os processou na Justiça por invasão e seus líderes foram presos em agosto passado.
Pablo César Gómez esclareceu que o protesto não é contra o Pnud - que está protegido por tropas de choque -, mas que os manifestantes pedem à ONU que intervenha no assunto perante o Governo de Chiapas.
Em outubro do ano passado, 20 camponeses de outra organização invadiram o escritório do Pnud para pedir a liberdade de três líderes, reivindicação que foi atendida 30 dias depois.
(Terra, 08/10/2010)